Pingando nos Is
Por Pingando nos Is -
O comando da lei
Não bastasse a pandemia patrocinada pelo “coronavirus”, a sociedade brasilense ainda vive dias agitados por constantes erupções do vulcão gerador de crises ativado pelo Poder Executivo, não só pelo seu Chefe, como também, por seus colaboradores mais próximos.
Fossem outros tempos, até que o povo estaria gostando pois, torcedor por natureza, estaria diariamente, tendo a oportunidade de integrar uma torcida diferente, optando pelo contendor que lhe parecesse mais simpático: Moro x Bolsonaro; Thelma x Marcela, Babu Santana x Lucas Chumbo (BBB 20); Dória x Bolsonaro; Ciro Gomes x Haddad, PSG X Barcelona, Messi x Neimar, etc.
Torcedor por natureza, porque os “nacionais” têm sempre simpatia por alguém que esteja antagonizando com outrem, ou outrem que esteja antagonizando com alguém e, o pior, é que sempre têm argumentos e razões para justificar a sua posição.
Essa característica brazuca resulta, talvez do fato de que: “Infelizmente, nós estamos educados para a mediocridade, usando esta palavra no sentido de “média” mesmo”.
E nos acomodamos na mediocridade. Por sua causa somos subdesenvolvidos, analfabetos, pobres, sem saúde e educação. Daí a necessidade constante de elegermos um “campeão”, para vencer qualquer embate ou oposição.
Escrevi, nos idos de 2004, “a sociedade brasileira vem demonstrando uma complacência moral com o que podemos chamar de “pecados veniais”, ainda mais quando praticados pelos poderosos e seus seguidores.
Tal complacência está impregnada na consciência dos brasilenses, inspirando uma perigosa leniência com atos ilegais com repercussões desastrosas no cotidiano dos cidadãos que passam a preocupar-se somente com a “lei do Gerson”, ou seja, a tirar vantagem em tudo e contra todos, mesmo que o seu proveito pessoal represente um prejuízo para o seu próximo e até mesmo para a coletividade.
A mesma complacência é que permite o culto a personalidades que se destacam pelo “mau caráter”, pela “malandragem”, pela “esperteza”, dando-se lhes a maior divulgação pela mídia.
Reside aí a mais moderna “esperteza”, sempre presente nos atuais confrontos políticos, depredar a reputação do adversário, através dos mais variados meios de divulgação: whatsapp, facebook, instagram e outros, divulgando “fake news”, instantâneos e outros flagrantes.
Abandonou-se completamente a avaliação da aptidão para o exercício de funções públicas, facilmente avaliáveis pelos atos administrativos praticados e o atendimento das disposições legais específicas para o trato e o zelo pelos bens e interesses coletivos.
Tal abandono é facilmente explicável pelo fato de que a crítica e a avaliação de tal comportamento exige conhecimentos da prática administrativa que deverá desenvolver-se sob o comando da lei que regula tal atividade, estabelecendo, no diploma constitucional, que: “obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.
“E daí”?