Pingando nos Is
Por Pingando nos Is -
Linguagem de bivaque!
Após assistir a exibição do vídeo da tão falada “reunião ministerial” realizada em 22 de abril passado e ter acompanhado vários depoimentos que se seguiram, fui buscar, para suporte deste escrito, o que publiquei nos idos de 2006 pois, em termos de personagens governamentais, apenas mudaram as moscas.
O mote foi frase atribuída ao ministro Gilmar Mendes, então presidente do STF: “Dependendo da história que se conta, a opinião pública aplaude até linchamento. Julgamento se faz é com contraditório. Não se faz em bar”.
Hoje não se trata de um julgamento mas de um verdadeiro “linchamento” feito “entre colunas” numa verdadeira exibição da escassez de competência, educação, civismo e vocabulário, já que a maioria das palavras e termos usados no plenário não se costuma ouvir nem mesmo em discussões de mesa de bar.
Aliás, muitos dos termos usados pelas “excelências” me trouxeram à memória tempos do serviço militar, nos dias de manobras, mais exatamente, quando se praticava o Bivaque, técnica de acampamento temporário ao ar livre, na qual o militar procura o maior conforto possível e a máxima criatividade na sua elaboração, utilizando-se de elementos que compõem a natureza para construir.
Sua finalidade é aprimorar o aprestamento operacional e manter a rigidez da tropa, as condições de combate após atividade de esforço moderado, bem como reforçar os atributos da área afetiva, como a liderança e espírito de corpo.
Por exigir dispêndio de esforço sob tensão, era hábito dos soldados o uso de um linguajar tosco, e raivoso destacando-se, especialmente os termos “bosta”, “excremento” e outros sinônimos, vários deles agora repetidos nos “salões do Planalto”.
Embora não seja do agrado da “elite canhota”, entendo por patriotismo o amor à terra em que nascemos, sua cultura, sua história, seus símbolos e seu povo, independentemente de qualquer conotação política, ideológica ou individual.
E, exatamente por ser patriota, é que por vezes tenho criticado atitudes de pessoas as quais, consciente ou inconscientemente, agridem as coisas nacionais e, principalmente a integridade física e intelectual de nosso povo.
A pessoa no exercício de um cargo público tem ao seu dispor uma série de poderes e prerrogativas, instituídas por lei para assegurar ao servidor público o desempenho das funções de seu cargo. Assim, tais poderes e prerrogativas somente poderão ser usados no exercício das funções e no âmbito da esfera de ação fixada por lei para aquele cargo.
Também, não poderão usar os poderes e prerrogativas de seus cargos para a solução de seus problemas particulares, de qualquer natureza, pois como foi dito anteriormente, os poderes e prerrogativas são criadas por lei para o exercício do cargo, única e exclusivamente.
Consequência deste fato é que o agente público em exercício deverá manter um comportamento compatível com a posição de supremacia da Administração Pública, com atitudes retas, leais, justas e honestas, notas marcantes da integridade do caráter do homem.