Já não bastassem os problemas sociais que temos. Já não bastassem os problemas econômicos, o momento da pandemia, criamos, constantemente, outras dificuldades para nós mesmos.
Só pensando em um passado próximo. Já passamos por Hitler. Intolerante com outras raças e crenças. Bastava que a pessoa fosse seguidora do judaísmo, ou que não fosse “ariana”, e isso já era motivo para que essa pessoa não merecesse viver. Recentemente li algumas passagens do livro “Mein Kampf”, e fiquei horrorizada. Hitler afirmava que “reconhecia os judeus pelo cheiro”, e que esse cheiro causava sensações indescritíveis.
Precisamos erradicar a intolerância e o extremismo de nossas vidas.
Num passado mais recente, observamos um período de racismo absurdo nos Estados Unidos. Pessoas que não fossem brancas não podiam frequentar restaurantes, não podiam beber da mesma fonte de água. Isso sem contar nos assassinatos e nos crimes baseados pelo racismo. Ainda não aprendemos com essas tragédias.
Quantas outras guerras e atentados baseados em intolerância religiosa conseguiremos aguentar? Já não vimos e sofremos o suficiente?
Agora, os canhões da intolerância, do extremismo e do radicalismo me parecem apontados para a questão do gênero e da preferência sexual.
Me parece que o pensamento vai na linha de que basta que a pessoa não seja heterossexual, e já temos um problema.
Defesas incoerentes e inconsistentes numa comparação sem sentido entre “preferência sexual” e “estrutura familiar”. Como se as mesmas fossem relacionadas.
E como se não fosse possível encontrar um religioso com sérios desvios de caráter. É como se fosse impossível atingir uma estrutura familiar equilibrada sem a presença de um homem e de uma mulher.
Algumas pessoas tentam passar a mensagem de que não seria possível encontrar um único político honesto.
O que realmente nos define? O que realmente define um ser humano? No que realmente nos baseamos quando julgamos?
Valores humanos, ética, moral, caráter, honestidade, transparência, verdade, empatia. Essas sim, são condições imprescindíveis para uma boa estrutura humana.
Não podemos rotular ou julgar alguém única e exclusivamente por sua preferência sexual. Julgar é um de nossos maiores erros.
Temos sim conceitos pré-estabelecidos que nos fazem julgar e avaliar... os famosos PRÉ-CONCEITOS. E os usamos muitas vezes de maneira errônea. Temos medo do desconhecido e não sabemos lidar com ele.
Sou fã da estrutura familiar. Prezo demais. Precisamos dos valores de família. De pertencimento. Precisamos nos sentir seguros. Precisamos da religiosidade. Precisamos dos bons exemplos. Precisamos, inclusive, resgatar alguns exemplos e bons valores que foram se perdendo com o tempo.
Antes de preparar esse texto, liguei para dois casais amigos. O primeiro casal tem uma condição invejável. Os dois têm belíssimas profissões, rendas altíssimas, caráter e comportamento exemplares. Os dois são profissionais de sucesso, membros atuantes da comunidade, frequentadores da igreja católica, grandes exemplos para os dois filhos, que são cuidados e protegidos como poucos que conheço.
Esse casal que acabei de descrever é um casal homossexual. Uma união homoafetiva. E se alguém pensou que eu descrevia um casal heterossexual, consegui agora demonstrar um pouco do preconceito inerente ao tema.
Queridos amigos, a vida é tão breve que ela tem que ser vivida de verdade.