O historiador camboriuense Isaque de Borba Corrêa listou curiosidades em seu livro “Camboriú e Balneário - A história das duas cidades”. Sob seu olhar, separamos algumas curiosidades históricas de Camboriú.

• Cambori a Camboriú

Do emaranhado de letras às páginas da história, o nome Camboriú encontrou seu caminho. Variações como Cambori Guassu deram lugar a uma versão mais simplificada, mas duradoura. O rio também teve seu papel nessa saga ortográfica. Mas, por fim, Camboriú se tornou a expressão mais autêntica e a usada até hoje.

• Porto: tesouro às margens do rio

Antes do domínio de Itajaí, Camboriú se erguia como um porto de destaque. De 1850 até 1925, o rio sereno acolheu navios e histórias, num período que agora ficou no passado. Mas à medida que o Porto de Itajaí brilhava mais forte, o destino do porto de Camboriú desapareceu.

• Entre a lavoura e o lazer

Numa dança delicada entre a agricultura e o lazer, Camboriú se viu dividida entre o cultivo da terra e a promessa do mar. Nos anos 60, enquanto o interior era privilegiado, o litoral ainda lutava por seu espaço. Entretanto, a ascensão do agronegócio no centro do país deixou a cidade à margem, forçando uma reinvenção econômica. Sob a influência dos militares e seus planos de desenvolvimento, Camboriú testemunhou a transformação das técnicas agrícolas, uma revolução que redirecionou os rumos da cidade.

Distrito de Praia de Camboriú: O berço do turismo

Nos confins da memória pós-guerra, a praia de Camboriú despertava para um destino grandioso. O ano de 1952 marcou um “boom” de desenvolvimento sem precedentes, transformando-a, em 1964, no epicentro do turismo do Sul do Brasil. Até 1951 eram aprovadas cerca de 40 casas por ano, e o salto para 620 unidades apenas em 1952 foi um divisor de águas.

• A maldição do padre Almeida

Numa encruzilhada entre política e religião, a lenda da maldição do Padre Almeida ecoa até hoje. Ele se recusou a aceitar a transferência da sede administrativa e lançou uma sombra sobre a cidade, uma maldição que ecoou por décadas. “Não infringiste só a lei dos homens, mas a de Deus”, suas palavras ressoam, marcando uma página sombria na história de Camboriú.

Assim, entre os suspiros do passado e os sussurros do presente, Camboriú se ergue como um testemunho vivo do tempo, onde cada rua, cada rio, cada história, conta um capítulo único de sua jornada centenária.

ENTREVISTA

Elcio Kuhnen

Camboriú completa 140 anos de emancipação político-administrativa nesta sexta-feira, dia 5 de abril. A cidade tem hoje 103.074 habitantes e cresce de forma geométrica, muito acima da média da grande maioria das cidades catarinenses e brasileiras. O aumento populacional entre os Censos de 2010 e 2022 foi de 65,2% e o desenvolvimento econômico segue em linha crescente. Motivos de comemoração para o prefeito Elcio Kuhnen (MDB), que termina seu segundo mandato neste ano.

DIARINHO: As escolas em tempo integral já são uma realidade? Quais os próximos passos?

Elcio Kuhnen: A escola em tempo integral é uma ferramenta para potencializar ainda mais a parte pedagógica, que é o núcleo principal da educação em Camboriú. Com o aumento das horas de ensino quem ganha é o aluno. Com isso vamos aumentar os indicadores, os índices de desenvolvimento social e essa é a ferramenta eficaz já comprovada. Queremos ampliar bem mais essa modalidade de educação, porque esse é um dos nossos objetivos. A educação é nossa principal meta para potencializar o desenvolvimento humano.

DIARINHO: Como estão as obras dos binários e quais serão os impactos desses investimentos?

Elcio Kuhnen: Serão muito positivos, porque hoje temos gargalos nos horários de pico entre Camboriú e Balneário Camboriú. A nossa mobilidade microrregional é deficitária, principalmente pelo grande número de pessoas que se deslocam entre as duas cidades, a grande maioria usando apenas duas vias. Precisamos de mais mobilidade e o binário da avenida Santa Catarina já é uma realidade. O projeto executivo e a licença de instalação já estão prontos e estamos agora encaminhando para licitação. Obras estruturais em outras vias também vão impactar na melhora da mobilidade em Camboriú.

DIARINHO: Camboriú deu agora um grande salto com relação à qualidade de vida de sua população com a assinatura do contrato com a concessionária Águas de Camboriú para a implantação do sistema de esgotamento sanitário. O que isso representa?

Elcio Kuhnen: Essa é uma obra de R$ 300 milhões que será custeada pela concessionária e trará inúmeros benefícios. Conseguimos a menor taxa de acréscimo para as unidades consumidoras e nos próximos 10 anos o marco regulatório do esgotamento sanitário será realidade na cidade. Esse será o maior legado, que influenciará na saúde pública, no desenvolvimento sustentável e como mola propulsora da economia da cidade, que deixo para as futuras gerações e para os futuros administradores.

Camboriú vive uma nova realidade - Elcio Kuhnen:

DIARINHO: Com Camboriú está enfrentando a epidemia de dengue? Quais as medidas que vêm sendo tomadas?

Elcio Kuhnen: Estamos trabalhando no sentido de orientar à população. No entanto, atuamos intensamente para tratar a dengue daquelas pessoas que foram picadas pelo mosquito contaminado na rede municipal de saúde. Aumentamos o número de médicos e ampliamos os horários de atendimento nas unidades de saúde para analgesia, hidratação e diagnóstico. Embora não tenhamos óbitos em Camboriú, é um momento difícil e como médico me preocupa muito essa epidemia.

DIARINHO: Pra finalizar, o senhor poderia fazer um balanço rápido dos quase oito anos da sua gestão que finaliza este ano?

Elcio Kuhnen: Foi uma gestão muito eficaz no quesito economia. Conseguimos aumentar todos os indicadores não só de arrecadação, mas de gestão. Estamos em terceira posição em gestão fiscal, transparência, índice de governança e geração de empregos. Isso mostra a eficácia da capacidade de gestão. Temos investido em todos os setores, com ênfase para saúde e educação, ferramentas primordiais para a garantia da qualidade de vida da população. Camboriú vive uma nova realidade, busca o desenvolvimento econômico com a característica de uma gestão sustentável, focada nos eixos gestão social, ambiental e econômica.