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Por Coluna esquinas -

Linhas tortas


Em 2017 que tive um revés na vida. Daqueles em que levamos alguns meses para entender o que houve, redirecionar a vida e seguir um tanto atordoado com a paulada que veio de surpresa. O tempo corre ligeiro e não é que hoje entendo bem os motivos que me preservaram de explorações absurdas, tensões e descaso completo com aqueles/as dedicam horas das suas vidas em pesquisa, extensão e ensino.  Ex-colegas de trabalho adoecem e outros tantos expõem olheiras com o cansaço a que estão submetidos.

Sou solidário com aqueles/as que são empurrados para as margens em um sistema neoliberal dos mais perversos. Professores/as sofrem a pressão e exploração em plena pandemia. Tempo em que a palavra comunidade deveria ser compromisso e não entrave. Tempos em que deveríamos nos preocupar com o bem-estar comum. Na contramão, instituições – autodenominadas comunitárias – exploram com perversidade seus docentes e alunos.

COMUNIDADE, essa palavra-maleta em que cada um coloca suas crenças, ideologias ou valores. Como podemos ignorar a necessidade em repensarmos essa palavra quando vivemos um momento de quebra das fronteiras geográficas, da diminuição da relação tempo e espaço, do culto ao individualismo e a autonomia, entre tantas outras transformações? 

A sombra do individualismo projetou-se sobre todos os campos da vida humana: direitos humanos, propriedade, modelos de família, relações pessoais, modelos educacionais. O indivídualismo tem prioridades enquanto alteridade, solidariedade, comunidades ficam em uma dimensão secundária ou apenas discursiva, se convier a quem discursa. Nessa lógica perversa, o outro é sempre alguém dispensável.

São essas linhas borradas que estão definindo o processo de formação superior de novos profissionais em nossa região. A universidade mercantiliza o ensino, exclui os extensionistas e reduz a pesquisa à miseras horas inviabilizando produção novos conhecimentos.

Na melhor das hipóteses o humano é considerado um recurso útil para o desenvolvimento de projetos individuais, mercadológicos e, ironicamente, chamados de “colaboradores”. A manutenção de professores/as que estudam por décadas, publicam livros ou revistas, embrenham-se em comunidades com seus projetos de extensão, desenvolvem pesquisa e ministram aulas é considerada necessária enquanto complementa as necessidades básicas e, logo depois, descartável quando pode ser substituído por outro pago com menor valor. Eis o utilitarismo valendo-se de uma ética duvidosa para manter sentidos escusos.

Sim, eu escrevo em linhas tortas, mas inspirado pela ética humana. Sou avesso aos tiques neoliberais travestidos de comunidade.

Fica a dica:

O filme O Capital (Direção: Costa Gravas. Ano: 2012) que começa com a seguinte frase: “O dinheiro é um cão que não pede carinho. Lance a bola o mais longe possível e ele o traz indefinidamente.”


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