Julgamento
Caminhoneiro que arrastou moto por 30 km na BR-101 vai a júri popular
Piloto da moto teve que escalar caminhão e implorar pela vida, passageira morreu logo após o acidente
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
O caminhoneiro Jeferson Alves Soares, 35 anos, passará por júri popular por ter atropelado dois motociclistas e arrastado a moto por cerca de 30 quilômetros, entre Penha e Balneário Camboriú, em 6 de março do ano passado. Ele responderá por homicídio doloso e tentativa de homicídio qualificada, além do agravante de não prestar socorro às vítimas.
O caso ganhou destaque nacional: Jeferson conduzia o caminhão quando atropelou e arrastou a moto do casal Anderson Pereira, 49, e Sandra Pereira, 47. Sandra foi arremessada da garupa da moto e morreu no hospital.
A data do julgamento ainda não foi informada pela Justiça. A decisão de levar o acusado para o banco dos réus é do juiz Juliano Rafael Bogo, titular da 2ª Vara Criminal de Itajaí.
Segundo o Ministério Público, Jeferson fez uso de substâncias ilegais e estava alterado na boleia do caminhão. Ele teria passado o dia e a noite anterior ao acidente consumindo cocaína e “rebite” - um derivado de anfetamina.
Com a colisão, Sandra voou sobre o caminhão e foi jogada no asfalto. O motorista não parou para prestar socorro e seguiu o trajeto arrastando a moto com Anderson por cerca de 30 quilômetros.
Para se salvar, Anderson teve que escalar o capô e se pendurar na porta lateral do caminhão, implorando para Jeferson parar o veículo. Ele só parou o caminhão no pé do Morro do Boi, em Balneário, onde apanhou de motoristas revoltados por presenciar a cena.
Anderson teve apenas ferimentos leves. Sandra chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O casal morava no bairro Areias, em Camboriú, e tinha ido fazer um bate e volta de moto até Campo Alegre, a cerca de 155 quilômetros do litoral. Quando retornavam para casa, ocorreu a tragédia. Sandra deixou um filho de 22 anos. Ela era gerente financeira da loja Móveis Brasília, de Balneário Camboriú.