Afogamentos
Treze pessoas morreram em áreas desprotegidas
Bombeiros reforçam orientações de prevenção em locais como lagos, açudes, rios e piscinas que não contam com guarda-vidas
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Os casos de mortes por afogamentos em áreas privadas ou sem monitoramento dos bombeiros saltaram de três, no verão passado, para 13 na atual temporada, segundo boletim da Operação Veraneio dos bombeiros. A corporação fez um alerta para a alta de casos, reforçando as orientações de prevenção.
O boletim traz as ocorrências registradas entre 18 de dezembro até 23 de janeiro, domingo passado. As fatalidades em locais particulares envolvem áreas onde é impossível a atuação direta dos socorristas, como piscinas de casas e lagos, açudes e rios com acesso por terrenos particulares. Nessas áreas, os bombeiros informam que a responsabilidade é exclusiva dos banhistas.
Os casos fatais foram em 12 cidades catarinenses: Alfredo Wagner, Balneário Gaivota, Blumenau, Caçador, Canoinhas, Guabiruba, Maravilha, Nova Itaberaba (duas ocorrências), Porto União, Passos Maia, São José e Xanxerê. Todas as mortes foram em locais de água doce ou piscina, em área privada ou de acesso privado.
Os 13 casos registrados neste verão também dispararam em relação aos dois casos ocorridos na temporada 2019/2020. As dicas de prevenção passam pela orientação para que as pessoas não se arrisquem em locais com a presença de guarda-vidas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), 75% dos afogamentos no Brasil acontecem em água doce, entre rios, lagos e represas, sendo o maior causador de acidentes mortais. Santa Catarina segue o mesmo cenário, com a maioria dos afogamentos com mortes em água doce e locais desprotegidos, sem vigilância de guarda-vidas.
Mesmo que as áreas sejam privadas, em alguns locais é possível encontrar vigilância profissional. Os bombeiros orientam que as áreas com segurança sejam priorizadas pelos banhistas, evitando pontos não indicados para banho. A dica também é evitar banhar-se sozinho, indo com amigos ou familiares, procurando locais mais conhecidos e com sinalização. Em caso de afogamento, os bombeiros devem ser chamados pelo 193.
Em áreas com piscinas, os cuidados devem ser redobrados quando houver crianças. As piscinas respondem por 3% das mortes por afogamento no país, conforme dados da Sobrasa, atingindo 59% dos pequenos de um a nove anos de idade. Crianças menores que não sabem nadar costumam ser vítimas de quedas na água, enquanto outras, mesmo sabendo nadar, se afogam devido à sucção da bomba da piscina.
Vítimas fatais
Desde o início da operação Veraneio foram registradas 26 mortes por afogamentos no estado, sendo 15 casos em água doce, como rios, e outros 11 em água salgada, nas praias. A média de idade das vítimas é de 30 anos, quase todas homens, com apenas uma vítima mulher.
O número de mortes supera os casos do mesmo período do verão passado, que teve 21 vítimas. No verão 2019/2020, foram 29 mortes. Nesta temporada, os bombeiros já fizeram 1645 salvamentos e resgates.
Os números de atendimentos e afogamentos seriam reflexo da onda de calor que atingiu o estado nas duas últimas semanas, aumentando a procura por locais de banho.
No estado, são 36 municípios e 169 balneários e estâncias monitorados por 442 postos de guarda-vidas, com 2130 guarda-vidas civis e 80 guarda-vidas militares. O boletim aponta uma alta nas atividades preventivas dos bombeiros, com 52% mais ações na semana passada, no comparativo com anos anteriores.