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Letalidade

Mortes de pacientes intubados por covid batem recorde

Em Balneário Camboriú, a mortalidade dos intubados foi de 47,5% até fevereiro no centro municipal de covid

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Boletins confirmam que março foi o pior mês da pandemia e que a situação pode piorar (Foto: Agência Brasil)


O agravamento da pandemia nesse início de ano, com recordes de casos e mortes e o colapso na rede hospitalar, refletiu na alta da taxa de mortalidade entre os pacientes com covid-19 que precisaram de intubação. O índice no Brasil chegou aos 83,5% das pessoas intubadas, conforme estudo da Fiocruz e da USP com base nos dados de hospitais públicos e privados entre 15 de novembro de 2020 e 15 de março de 2021.

O grupo acompanha as internações desde fevereiro do ano passado. No relatório até agosto de 2020, a mortalidade dos intubados era de 78,7%. O avanço dessa taxa na “segunda onda” da covid coloca o país como o segundo com mais óbitos no mundo, à frente de países como México (73,7%), Reino Unido (69%), Alemanha (52,8%) e Itália (51,7%). A média mundial fica em torno de 50%.

Em Itajaí, há falta de dados específicos do percentual de mortes de pacientes intubados por covid-19. O DIARINHO questionou o hospital Marieta Konder Bornhausen, que concentra a maior parte dos atendimentos na região. A unidade respondeu que já passa todas as informações sobre a doença para a vigilância Epidemiológica de Itajaí. O município, por sua vez, afirmou que não tem essa estatística.



O boletim Covid-19 do Marieta de quarta-feira mostra taxa de 37,14% de mortalidade, mas o percentual considera todos os pacientes com casos confirmados da doença que foram atendidos pelo hospital, não apenas os intubados, como solicitou a reportagem.  O histórico soma 576 óbitos entre 1551 internações, 784 nas UTIs e 767 na enfermaria. As mortes por covid no hospital representam 44% do total registrado na Amfri até o dia 31 de março.

Em Balneário Camboriú, o centro Municipal de Covid-19 informou que 533 pessoas foram internadas na UTI desde a abertura da unidade, em 20 de março de 2020, até 28 de fevereiro, último dia do levantamento repassado ao DIARINHO.

Do total de internados na UTI, 303 precisaram de ventilação mecânica e foram intubados, sendo que 144 faleceram. O número representa um percentual de 47,5% de mortalidade. A mortalidade geral da UTI, considerando pacientes que não passaram por intubação, foi de 60%, ou 200 mortes.


Sete a cada 10 intubados morrem em SC

Com base no estudo da Fiocruz e da USP, um levantamento do portal Poder 360, que considerou os pacientes que passaram por intubação entre março de 2020 e fevereiro de 2021, mostra que a média de  mortalidade atingiu 87,9%, recorde durante a pandemia.

A letalidade entre os intubados foi maior em estados nas regiões norte e nordeste. Entre os quatro piores – Alagoas, Espírito Santo, Paraíba e Pará – a relação foi de nove mortos a cada 10 pacientes. Santa Catarina está entre os menos graves, com proporção de sete mortes a cada 10 pessoas intubadas com covid, na avaliação até fevereiro.

Os dados apontam para uma piora no quadro em março, considerando que os números totais do mês, o mais letal desde o início da pandemia, ainda não foram consolidados. E o cenário não é de otimismo, segundo o pesquisador da Fiocruz, Fernando Bozza. “A perspectiva para abril e maio é muito ruim. Se não aprofundar as medidas de contenção neste momento, não vai ter tempo hábil para o processo de vacinação fazer diferença. O que funciona é que as pessoas façam a sua parte”, disse.

Fernando aponta que o aumento das mortes na intubação está relacionado ao colapso nas UTIs, profissionais sem experiência de intubação, sobrecarga das equipes médicas, falta de equipamentos e quebra de protocolos. Ele ainda observou a falta de coordenação federal pra controlar a doença, que afetou todas as regiões ao mesmo tempo.


Contágio e mortes mantêm tendência de alta, dizem especialistas

De acordo com o professor da UFSC, Oscar Bruna-Romero, especialista em Doenças Infecciosas e Vacinas, o estado ainda terá um nível bastante alto de contágios no mês de abril. Ele avalia que a queda nos casos ativos em março teve a ver com os fechamentos de final de semana e outras restrições, mas frisa que as medidas não foram suficientes para achatar a curva de contágio.

“As limitações têm que ser maiores e mais restritas neste momento. E em grande parte não estou falando que sejam mais duras, mas que sejam melhor controladas ou vamos ter um mês de abril ainda muito difícil”, analisa.

Conforme o professor, é preciso fazer cumprir as restrições que já existem, pois o reflexo da vacinação ainda é muito pouco pra influenciar na redução dos casos. “Poderemos começar a ver alguma coisa nas pessoas de maior idade a partir do mês de maio”, projeta.


Para o professor e pesquisador Lauro Mattei, coordenador do núcleo da UFSC que acompanha a pandemia no estado, a queda nos casos ativos não é uma tendência e o alerta se mantém diante da explosão de mortes. Ele aponta que as médias semanais de casos e de mortes aumentaram entre os dias 14 e 27 de março, indicando uma “tendência robusta de crescimento”.

Lauro lembra que as mortes em março superaram o total registrado em oito meses da pandemia em 2020. Além disso, segue alta a taxa de contaminação. “O vírus continua circulando livremente no estado, revelando que os mecanismos de controle adotados até o momento não estão sendo suficientes para evitar a continuidade do contágio”, afirma.

Mês de recordes

O mês de março terminou com recordes de contágio e mortes na região. Conforme boletim da Amfri, foram 328 mortes e quase 10 mil infectados a mais em relação a fevereiro. No estado, foram 3340 mortes em março, superando a soma de janeiro (1065) e fevereiro (1094). Nesses três primeiros meses já morreram mais infectados (5499) do que em 2020 inteiro (5386).

Itajaí fechou o mês com o recorde de 109 novas mortes, mais que as de janeiro e fevereiro juntas, numa média de 3,5 óbitos por dia. A cidade soma 465 mortes desde o início da pandemia. Em Balneário Camboriú, foram 63 novas mortes em março, numa média de duas por dia, com o município somando 265 óbitos na pandemia.

Nas duas cidades, as UTIs chegaram no limite em março, conforme os boletins municipais. No centro de Covid de Balneário, só não houve 100% de lotação em seis dias, quando a taxa variou entre 90 e 96%. No hospital Marieta, a ocupação, quando não total, ficou acima dos 90%. Até quarta-feira, eram 290 pacientes na fila por UTIs no estado, 41 deles na região de Itajaí.





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