Sem estrutura
Crise no Samu motiva reação do CRM-SC
Órgão pede regularização de escalas e das condições de trabalho. Conselho deu prazos pra empresa e estado regularizarem situação
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) decidiu intervir nos serviços do Samu nas macrorregiões da Foz do Rio Itajaí e Grande Florianópolis. O órgão deu 15 dias para que a OZZ Saúde, empresa terceirizada que faz a gestão do Samu, e o governo do estado regularizem as escalas médicas nas duas regiões para evitar a falta de profissionais no serviço e garantir uma jornada adequada aos trabalhadores.
Segundo o Conselho, denúncias feitas por médicos das regiões de Itajaí e Florianópolis apontam furos nas escalas. Em algumas situações, o plantonista ficava sem previsão de quem iria assumir os atendimentos ao fim do plantão. Essas e outras denúncias sobre a falta de condições de trabalho vêm sendo recebidas pelo Conselho desde 2020. A partir dos relatos, o CRM fez fiscalização em todas as oito regiões do Samu no estado.
“Foram identificados problemas com a capacitação das equipes, o processo de esterilização de materiais, processo de higienização das ambulâncias, falta de manutenção de equipamentos essenciais, como desfibriladores e respiradores, bem como problemas no dimensionamento dos recursos humanos”, informou.
As irregularidades apontadas pelo CRM devem ser sanadas em até 30 dias. Os fatos apurados foram também encaminhados ao Ministério Público Estadual para as devidas providências. O Conselho decidiu pelas medidas após seguidas reuniões com a diretoria técnica da OZZ, que buscaram melhorias nas condições de atendimento, mas terminaram sem avanços.
“A situação vem se agravando, ainda mais, desde que foi anunciado o fim da relação contratual da empresa com a Secretaria de Estado da Saúde (SES)”, informa o CRM. A partir de 2022, o estado vai assumir a gestão do Samu, num novo modelo de administração do serviço.
A fiscalização também confirmou ambulâncias sem manutenção preventiva, apenas com conserto de problemas já ocorridos e realizados por empresas não especializadas. Em geral, todas as ambulâncias vistoriadas apresentaram mais de um problema de conservação, segundo o CRM, desde danos na lataria até pneus vencidos, problemas nos freios e elétricos.
As centrais de regulação ainda apresentaram condições inadequadas de trabalho, sendo identificados espaços pequenos para o atendimento telefônico pelo médico regulador, iluminação deficiente, instalações elétricas expostas e móveis desgastados.