O ex-reitor da Univali, Mário César dos Santos, foi reintegrado por decisão judicial às atividades de professor junto à universidade. Ele havia sido demitido da instituição em 2018, após a troca da diretoria. Na ocasião, outros quatro professores que tinham cargos diretivos também foram desligados, por suposta “omissão e negligência” na gestão, sendo responsabilizados por uma crise financeira na universidade.

Mário César está atualmente como presidente da associação Empresarial de Itajaí (ACII). Ele retorna à Univali após ter movido um processo contra a universidade, alegando que sua demissão teve motivação política. No início do ano passado, a justiça regional do Trabalho já tinha o entendimento que o desligamento de se deu por razões políticas e discriminatórias, determinando a recontratação do professor.

O caso seguiu com recurso acontra a decisão, mas na sexta-feira passada a Univali teve que reintegrar Mário César, com todos os direitos assegurados e podendo voltar a exercer as funções de professor. Também foi determinada uma indenização por dano moral. O valor não foi divulgado.

A última decisão da justiça entendeu que a dispensa do professor se deu por motivos discriminatórios, principalmente em decorrência de atos de perseguição que teriam sido praticados pela nova administração após o processo eleitoral que culminou com a eleição do novo reitor, Valdir Cechinel Filho, em fevereiro de 2018.

A demissão de Mário César na época gerou polêmica entre a comunidade acadêmica, com trocas de acusações entre grupos ligados à antiga e à nova gestão. O ex-reitor era apoiador da campanha da candidata derrotada à reitoria, professora Cássia Ferri, que foi vice-reitora de Graduação na gestão de Mário César.

Cássia também foi demitida, junto com João Luiz Baptista de Carvalho, diretor do centro de Ciências Tecnológicas da Terra e Mar (CTTMar), e Mário Uriarte Neto, diretor do centro de Ciências da Saúde. O grupo teria contribuído para a situação de crise financeira que a universidade enfrentava na época. Membros da nova gestão, no entanto, também faziam parte da gestão anterior, entendeu a justiça. Ações judiciais de outros funcionários ainda estão em andamento.