BATIDO O MARTELO
Companhia de pedágios vai tocar aeroporto de Navegantes
Mesmo consórcio comanda o aeroporto Tancredo Neves, em Belo Horizonte, desde 2012; transição deve durar três meses
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
A companhia de Participações em Concessões, do grupo CCR, que atua nos pedágios de rodovias em todo o país e que administra desde 2012 o aeroporto Internacional de Confins, o Tancredo Neves, em Belo Horizonte, será a operadora do aeroporto Victor Konder, em Navegantes, e do aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, de Joinville.
A CCR venceu o leilão do bloco Sul central da agência Nacional de Aviação Civil, na quarta-feira, oferecendo R$ 2,85 bilhões no bloco Sul, com um ágio de 1534,36% sobre o preço mínimo do edital, que era de R$ 130 milhões.
A companhia também levou o bloco central por R$ 1,8 bilhão. Já o consórcio Vinci Airports venceu o bloco norte com lance de 1,48 bilhões. Os aeroportos serão concedidos à exploração da iniciativa privada por 30 anos.
O presidente executivo da CCR, Marco Cauduro, informou que conta com R$ 5 bilhões e pra negociação e, por isso, a companhia não terá dificuldades pra financiar o pagamento. “O resultado não muda nosso plano de participar em outras licitações,” avisou Marco.
A Anac informou que haverá um prazo de transição que deve ser de no máximo três meses no caso do aeroporto de Navegantes.
Sem nova pista
A CCR assumirá o comando do aeroporto de Navegantes em meio uma polêmica. A classe empresarial e política questiona o fato de a arrendatária não ter a obrigação de construir a segunda pista de pouso e decolagem. Uma ação civil pública discute a concessão na justiça federal.
O presidente do Conselho Consultivo do InovAMFRI, Paulo Bornhausen, disse ao DIARINHO que ficou satisfeito em saber que o grupo CCR arrematou o lote sul. "Isso nos dá esperança de conseguirmos a segunda pista do aeroporto de Navegantes. Mas a sociedade precisa continuar pressionando nesse sentido," avaliou.
Já o senador Esperidião Amin, além de ter discutido o assunto em uma audiência pública esta semana, também entrou com uma representação no ministério Público Federal para que seja garantida a segunda pista do aeroporto de Navegantes.
R$ 6,1 bilhões
O leilão dos 22 aeroportos brasileiros garantiu a entrada de R$ 6,1 bilhões com os três blocos de concessões. “As vitórias têm de ser celebradas. Temos um desafio importante pela frente. Vamos superar a pandemia e temos o desafio da geração de emprego. O emprego vai vir pela mão do investimento privado, não há outra alternativa porque temos que seguir a nossa trajetória de responsabilidade fiscal, nosso compromisso com a solvência”, discursou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
O bloco Norte, que inclui os aeroportos de Manaus (AM), Tabatinga (AM), Tefé (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Cruzeiro do Sul (AC) e Boa Vista (RR) foi arrematado pelo consórcio Vinci Airports com a proposta de R$ 420 milhões, um ágio de 777,41% em relação ao lance mínimo que era de R$ 47,86 milhões.
Já a CCR ficou com os blocos central e sul, oferecendo R$ 754 milhões pro bloco Central e R$ 2,1 bilhões pro Ssul. Os ágios em relação aos lances mínimos, R$ 8,14 milhões no primeiro e R$ 130,20 milhões no segundo, ficaram em 9.156,01% e 1.534,36%, respectivamente.
O bloco Sul, que a CCR venceu por meio de sua subsidiária Companhia de Participações em Concessões, é formado pelos terminais de Curitiba, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina (PR), Navegantes e Joinville (SC), e Pelotas, Uruguaiana e Bagé (RS).
O bloco Central, com os aeroportos de Goiânia (GO), Palmas (TO), São Luís e Imperatriz (MA), Teresina (PI) e Petrolina (PE). A CCR já é operadora do aeroporto de Confins (MG) em parceria com a europeia Flughafen Zürich.
Esta foi a segunda rodada de leilões de aeroportos. Em 2019, durante a 5ª rodada, foram leiloados 12 aeroportos do sudeste, nordeste e centro-oeste.