Crise hospitalar
Unimed alerta MP que poderá fechar PS
Ofício foi enviado à promotoria relatando a situação. Hospital ampliou de 18 pra 24 os leitos de UTI. Eles já lotaram
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Apesar da ampliação de leitos de UTIs e de enfermaria, o hospital da Unimed, em Balneário Camboriú, divulgou ontem comunicado de que poderá fechar o atendimento no pronto-socorro devido à lotação na ocupação hospitalar. Um ofício relatando a situação e as medidas já tomadas foi encaminhado ao ministério Público.
De acordo com o médico Umberto João D´Ávila, presidente da Unimed Litoral, o hospital ampliou de 18 pra 24 leitos intensivos para tratamento da covid-19 nos últimos dias, mas todas as UTIs já lotaram. A lotação também afeta os leitos de UTI geral, onde são tratados pacientes com outras doenças.
Os 36 leitos de enfermaria para pacientes com covid também foram ocupados, sendo que nove dos pacientes precisariam de internação em UTI, conforme o comunicado do hospital. O ofício informa que 12 novos leitos de enfermaria devem ser abertos nos próximos dois dias, bem com a compra de cinco novos respiradores. As equipes também estão sendo recompostas pra substituir profissionais afastados e ampliar a capacidade de atendimento.
“Diante desse cenário, o hospital Unimed Litoral está na iminência de, nas próximas horas, tomar medidas drásticas para melhor otimização de seus recursos no atendimento de pacientes, inclusive com previsão de fechamento do Pronto Atendimento Médico 24h do hospital”, diz a nota, destacando que o recebimento de novos pacientes pode prejudicar a continuidade do tratamento de quem já está internado.
Desde o dia 19 de fevereiro, as cirurgias eletivas estão suspensas no hospital, entre as ações para reduzir a sobrecarga dos leitos. De acordo com o presidente doa Unimed, as medidas foram comunicadas à promotoria para dar transparências às decisões. Ele destacou que, apesar do esforço em abrir novos leitos, há dificuldades na aquisição de insumos e contratação de novos profissionais.
Rede privada também cheia
Diante da situação de colapso hospitalar no estado, Umberto avaliou que a decisão do governo de comprar leitos de UTI na rede privada não deve ter efeito prático porque os hospitais particulares também sofrem com a falta de vagas e têm fila de espera. “Eles estão fazendo isso pra dizer que fazem alguma coisa, mas os hospitais estão cheios”, comentou.
O edital do governo estadual foi lançado na terça-feira, prevendo receber propostas sem limite de valor das diárias das UTIs privadas. A secretaria de Saúde não respondeu se já houve manifestação de hospitais interessados. Conforme o órgão, o estado tem R$ 600 milhões disponíveis pra bancar essas contratações. A ocupação nos leitos públicos de UTI em Santa Catarina era de 95% na noite de terça-feira, com 87 leitos vagos no estado.
Com mais de 200 pessoas esperando por UTIs no estado, 16 pacientes catarinenses seriam transferidos a partir desta quarta-feira para o estado do Espírito Santo. A primeira pessoa a ser levada foi um homem que estava internado num PA de Chapecó. Aos menos 35 mortes já ocorrem em Santa Catarina por falta de leitos intensivos. Uma das vítimas foi uma técnica de enfermagem de Itapema, na sexta-feira passada.
Na região da Amfri, os prefeitos anunciaram a ampliação nos próximos dias de 15 novos leitos de UTIs, 10 no hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, e outros cinco no centro de covid-19, em Balneário Camboriú. Com a ampliação, os dois hospitais vão somar 115 leitos de UTIs Covid. Os atuais 100 leitos estavam ocupados na manhã de quarta-feira.