NAVEGANTES
Surfista teve o pé mordido por tubarão mangona
Ataque foi em Navegantes na manhã deste domingo. Rapaz passa bem
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Um surfista de 43 anos que pegava onda na praia Central de Navegantes, perto do posto salva-vidas 3, teve o pé mordido por um tubarão mangona. O incidente foi na manhã de domingo.
O professor Jules Souto, especialista e curador do Museu Oceanográfico da Univali, analisou a foto do machucado e concluiu que a mordida foi de um tubarão mangona.
Os bombeiros foram acionados por volta das oito horas da manhã pra atender o surfista. O rapaz é de Blumenau, mas veio surfar em Navegantes.
Os bombeiros fizeram um curativo para estancar o sangue e levaram o rapaz ao hospital de Navegantes.
A conclusão de que o ataque foi de um mangona é por causa do tipo de lesão. “A lesão na porção inferior se estendeu, o que ocasionou um corte mais longo e mais profundo que os demais. O corte paralelo, associado aos pequenos furos na porção superior, é típico de dentes alongados cônicos, e não triangulares e chatos como na maioria dos tubarões. O tipo de mordida no estilo “bote” também é característico deste tipo de lesão, muito semelhante ao já registrado em Santa Catarina, quando um banhista foi mordido na cabeça. Desta forma a única foto que chegou até mim, reúne todas as características de uma “mordidela” desferida por um tubarão mangona (carcharias taurus)”, informou.
Tubarão gosta de peixes
O professor reforçou que este animal costuma se alimentar de peixes. “Exemplares desta espécie podem ser observados no Oceanic Aquarium em Balneário e eram bastante comuns em nossas praias no passado, quando nadavam a cerca de dois metros de profundidade, principalmente à noite”, contou. Os mangonas foram praticamente dizimados, havendo agora uma pequena população, não chegando atualmente a 2,8% de sua população original.
O professor diz que o mangona, que pode medir até três metros, não chegou a morder o pé do surfista com intenção de ferir, mas deu “uma beliscadinha” para conferir o que estava se mexendo na água sobre a prancha. “Ele responde a estímulos, o banhista movimentou o pé do lado dele e o tubarão mordiscou, mas primeiro ele confere para ver o que é. O tubarão confere com a boca. Ele vê que é um animal muito grande (surfista) e não se interessa. Ele não ataca grandes presas”, concluiu.