Índices de desempenho econômico de fevereiro mostram dados positivos, mas restrições e aumento de casos ameaçam retomada
Em meio ao caos no sistema de saúde nos três primeiros meses de 2021, Santa Catarina apresenta bons números no cenário econômico. Um dos mais recentes é a taxa de desocu- pação, medida pelo IBGE, que caiu de 6,6% para
5,3% no último trimestre de 2020. Com a queda, o número de desocupados no Estado passou de 242 mil para 196 mil, redução de 19%.
Os dados mostram ainda que o crescimento do emprego foi acompa- nhado do crescimento da informalidade. O volu- me de funcionários sem carteira assinada avançou no período (+49 mil) na comparação com os que têm carteira assinada (-21 mil). Além disso, a massa de trabalhadores por conta própria bateu recorde: 868 mil, o maior número da história. No rendimento, também houve pontos positivos, diz o IBGE. Os ganhos recebidos pelo catarinense no último trimestre de 2020 foram de R$ 2.786, levemente supe- rior aos R$ 2.769 de antes da pandemia.
O bom momento do mercado de trabalho é refletido no setor de comércio e serviços: 67,7% dos empresários da área pretendem aumentar o quadro de funcionários nos próximos meses. Na contramão, 32,2% cogi- tam reduzir o número de empregados. Isso porque a maioria (86,9%) acredita que a economia brasileira vai melhorar um pouco ou muito no futuro; 13,1% prevê piora leve ou grave. Os dados, apurados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SC (Fecomércio/SC), apontam também que a confiança do empresário do setor permanece em alta: marcou 119,5 pontos, na escala de 0 a 200. "As condições econômicas me- lhoraram porque a geração de emprego foi grande. Isso conseguiu, de certa forma, promover renda", disse o economista da entidade, Leonardo Regis. Apesar disso, ele alerta que o avanço da pandemia e a suspensão de atividades deve trazer efeitos negati- vos e incertezas.
Na indústria, o destaque foi o aumento na produção de 10,1% em janeiro de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o IBGE. "Isso mostra uma recuperação importante depois das quedas no ano passado e um desempe- nho muito importante da indústria como um todo, e em particular da indústria exportadora", disse o dire- tor de Inovação e Compe- titividade da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), José Eduardo Fiates. A entidade aponta ainda que, em fevereiro, o índice de intenção de investir na indústria chegou ao maior patamar dos últimos cinco anos para o mês: 73 pon- tos,naescalade0a100,o que reflete otimismo com o futuro do setor.
SC tem a menor alíquota do país sobre a gasolina
Um dos principais componentes da infla- ção atualmente, o alto preço da gasolina - e dos combustíveis em geral - virou objeto de embate entre o governo federal e os governos estaduais nos últimos tempos. Com a nova elevação da base de cálculo para o preço da gasolina nesta semana, a Secretaria de Estado da Fazenda atualizou o valor cobrado de ICMS, mas alíquota permanece a mesma: 25%, a menor do Brasil. No caso do diesel, a situação é semelhante. A alíquota estadual é mais baixa entre os estados, de 12%. O imposto apenas acompanha proporcio- nalmente o chamado preço médio ponderado ao consumidor final.
Governo estuda aditivo emergencial de oxigênio
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) recomen- dou na semana passada um aditivo de 50% ao contrato de fornecimento de oxigênio para a rede estadual de saúde. Os documentos da pasta indicam que o acréscimo é necessário devido ao alto consumo provocado pela lotação das UTIs. O pedido foi expedido no último dia 10. Inicialmen- te, a orientação de origem no gabinete do titular da SES, André Motta Ribeiro, indicava a necessidade de ampliar o atual contrato em 25%, mas os técnicos da pasta pediram no início de março que o percentual fosse maior, de 50%. Se- gundo parecer da Consul- toria Jurídica da Secreta- ria, 25% "não atenderá às necessidades das unidades hospitalares diante da de- manda crescente". A pasta segue em negociação.
Mais de 100 mil imunizados
Subiu para 102.592 o número de catarinenses que já receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19. Destes, 70 mil são profissionais de saúde, 26,4 mil idosos, 4 mil indígenas e 413 deficientes institucionalizados. O volume representa 21,8% da população prioritária para esta fase de vacinação. Os lotes que já chegaram são sufi- cientes para atender todos os idosos acima de 80 anos.