Importantes entidades empresariais de Santa Catarina divulgaram um contundente posicionamento sobre o que consideram o abandono do grande Oeste catarinense e a falta de investimentos públicos na região, situação crônica e que resultou em profunda deficiência de infraestrutura.
No Manifesto pelo Oeste as lideranças empresariais lembram as dificuldades vencidas pelos desbravadores da região que hoje conta com uma pujante atividade econômica nos mais diversos segmentos: agro- pecuária, indústria, comércio, serviços e até empresas de base tecnológica, que representam uma extraordinária capacidade de produção, geração de empregos, renda e arrecadação tributária para os cofres do Estado e da União. Lamentam, porém, uma relação de extrema injustiça na qual os impostos arrecadados não retornam em obras e serviços. Apontam que as carências de infraestrutura anulam os ganhos de eficiência das empresas e ameaçam o futuro da região.
Urgências
O documento lista as obras prementes para a região: duplicação da BR-282, recuperação da BR-163 e de toda a malha rodoviária estadual, em especial a SC-283; construção de novos sistemas de suprimento de água, de novas subestações de energia elétrica e novas redes de distribuição; mais gasodutos para gás de uso industrial; qualificação dos aeroportos; novo centro de pesquisa da Embrapa para área de pastagens; mais recursos para a saúde e para as ferrovias Norte- -Sul (Chapecó-Cascavel, braço da Ferroeste) e Leste-Oeste (São Miguel do Oeste-Itajaí), além de aumento do efetivo das policias Militar e Civil.
Importância do voto
Alegando que o cenário atual é fruto da inércia de sucessivos governantes, as entidades de representação empresarial, que subscrevem o manifesto, apelam para que os cidadãos oestinos fiquem atentos à escolha de candidatos para o governo do Estado, Assembleia Legislativa, Senado da República, Câmara dos Deputados e Presidência da República nas eleições deste ano. Reforçam que o quadro de abandono é resultado, em grande parte, da falta de protagonismo dos representantes catarinenses nas casas legislativas, na Administração direta e indireta do Estado e da União.
Futuro sombrio
Em sua análise mais ácida, as entidades advertem que “a manutenção desse quadro de insuficiências decretará, em curto e médio prazos, a fuga de capitais, a evasão de empresas, a transferência das agroindústrias para o Centro-Oeste brasileiro, a destruição de empregos e o início de um perigoso movimento de entropia e desindustrialização”.
Convocação
O manifesto faz também uma clara convocação no intuito de superar o imobilismo. “É hora do empresariado, trabalhadores, estudantes, lideranças do campo e da cidade se unirem em um bloco robusto e monolítico em favor das grandes causas do Oeste”.
QUEM ASSINA O MANIFESTO
Lenoir Antonio Broch, presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC); Ricardo Urbancic, presidente do Centro Empresarial de Chapecó (CEC); José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC); Waldemar Antonio Schmitz, vice-presidente Regional Oeste da Federação das Indústrias de SC (FIESC); Milvo Zancanaro, vice-presidente regional Oeste da Federação das Associações Empresariais de SC (FACISC); Marcos Antonio Barbieri, vice-presidente Regional Oeste da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SC (FECOMÉRCIO-SC).
SC Mais Renda Empresarial
Lançado pelo governo do Estado no final de julho do ano passado, o programa SC Mais Renda Empresarial beneficiou micro e pequenas empresas e os microempreendedores individuais (MEIs) catarinenses. A iniciativa foi viabilizada pela Secretaria de Estado da Fazenda e contou com a operacionalização feita pelo BRDE. O SC Mais Renda Empresarial concedeu R$ 263 milhões até o dia 31 de dezembro, somando mais de
6 mil contratos distribuído s
em 218 municípios. Além dos financiamentos a juro zero, sub-sidiado pelo governo do Estado, o impacto na manutenção dos empregos também é destaque com quase 15 mil empregos preservados.
Mais crédito para incorporadoras
Uma linha de crédito para financiamento de obras de pequenas e médias incorporadoras de Santa Catarina está sendo disponibilizada pelo banco BS2, instituição bancária que está ampliando sua atuação no Estado. O banco já está financiando empreendimentos em Balneário Piçarras, Florianópolis, Itajaí, e Itapema. Segundo Rodrigo Pentagna Guimarães, vice-presidente comercial do Banco BS2, uma das vantagens dessa linha de crédito é a possibilidade de as empresas terem acesso ao recurso antes mesmo da obra ser iniciada. Além disso, após toda documentação aprovada, o contrato de financiamento é entregue entre 45 e 60 dias. "Para ter acesso ao crédito, basta que seja um empreendimento já lançado e com um mínimo de vendas realizadas, entre 25% e 30%. Também é necessário ter experiência de, pelo menos, três empreendimentos incorporados e entregues, terreno livre de ônus e projeto aprovado na prefeitura", explica. Em oito meses de atuação, o BS2 já aprovou R$ 259 milhões em crédito, representando um volume global de vendas de R$ 1,1 bilhão.