Hospital Marieta
Lotação da UTI provoca cancelamento de cirurgias
Moradora defende uso de leitos vagos de UTI Covid para casos gerais, o que não é permitido, segundo hospital
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, está desmarcando cirurgias eletivas por falta de leitos de UTI geral. A denúncia foi feita por uma moradora que relatou casos de cancelamentos. A direção confirmou que os leitos intensivos para casos gerais estão lotados, mas ressalta que o número de cancelamento de cirurgias eletivas é menos do que 10% do total.
A denunciante destaca que o problema gera transtornos aos pacientes, que seriam avisados em cima da hora. “Os pacientes estão há dias esperando para fazerem a cirurgia e, quando chega o dia, eles são informados que não podem fazer porque não tem leito”, conta. Para a moradora, o argumento da falta de UTI não confere com os boletins de covid-19 divulgados diariamente pela prefeitura.
No relatório de quinta-feira, o hospital Marieta tinha 10 leitos vagos nas UTIs destinados exclusivamente para casos de covid, com ocupação de 67%. Eram 20 pessoas infectadas na UTI. A ocupação era menor na segunda, com 22 leitos vagos, mas o município vem enfrentando uma alta expressiva de novos contágios.
Apesar da situação, a moradora questiona se, diante da falta de UTI geral, os leitos para covid não poderiam ser usados para tratamento de outros casos. “Se for verdade que tem leitos vagos mesmo, é certo privar os pacientes com outras doenças de seus tratamentos?”, reflete.
O hospital explicou em nota que o uso de covid para casos gerais não é permitido pela necessidade de isolamento da área para uso somente dos casos de coronavírus. Além dos pacientes graves na UTI, o Marieta tinha até quinta-feira outras 13 pessoas internadas em isolamento devido à doença.
Fila pra UTI geral
Sobre a lotação das UTIs gerais, o hospital aponta baixo impacto no cancelamento de cirurgias eletivas, que são procedimentos não urgentes que podem ser remarcados. Conforme a direção, na quarta-feira havia sete pedidos de vagas de UTI para cirurgias eletivas e, por isso, foram canceladas três cirurgias.
“É uma responsabilidade necessária para evitar riscos”, esclareceu o hospital. O Marieta possui 25 leitos de UTI para atendimento pelo SUS e outros cinco leitos de UTI privados para atender mais de meio milhão de habitantes da Amfri. “Ainda assim, a instituição ocupa mais de 90% dos leitos de UTI privados com pacientes SUS”, destacou a direção.