Coluna Existir e Resistir
Por Coluna Existir e Resistir -
A onda negra
Nas últimas semanas temos presenciado o florescer de manifestações de cunho racial causadas pela morte de um homem, pai de uma criança linda e provedor de sustentos para ele e sua descendente. Quis o destino que este homem “Georgi Floyd” saísse do anonimato com a triste realidade de inúmeros negros norte-americanos que têm sua vida ceifada constantemente pelo racismo estrutural, evidenciado na truculência do estado e expressada pelos órgãos públicos que deveriam proteger e zelar as vidas ao invés de cessá-las!
Como em outro texto que escrevi nesta coluna “A Estrutura Desestruturada do Brasil”, o racismo estrutural consiste em atos e ações que oprimem pretos, pardos e pobres na forma de acessos a serviços gerados por instituições públicas e privadas, pois a vil atitude induzem ao ato falho no rompante de suas atribuições.
Ainda sendo incisivo nos assuntos que rodeiam as instituições e o racismo por elas geradas, aqui em terras tupiniquins nada muda podendo ser pior em número, grau e gênero com a crescente violência exercida pelo braço armado do estado. Tendo em vista que somos tratados no meio político, onde as regras do jogo são estipuladas como minorias mesmo contabilizando a maioria. Temos como exemplos recentes em nosso país a morte de jovens e crianças em ações catastróficas do estado nas comunidades carentes, fraude em laudos ou até mesmo descasos na hora de gerar boletins de ocorrência são rotineiros.
Políticas voltadas para os considerados minorias estão presentes nos escores políticos brasileiros, porém são pouco apreciados pelos representantes da população que ignoram a necessidade da inclusão política desta camada da população que é mais da metade dos brasileiros. Sendo assim, é de suma importância a inclusão política para que o problema de racismo estrutural seja revertido, dando maior visibilidade aos grupos sub-representados e sujeitos às desigualdades estruturais presentes e enraizadas em nossa sociedade.
Há décadas uma transformação singular é notada para a implantação de políticas inclusivas em todos os âmbitos, que neste momento estão com o freio de mão puxado. Aumentar a representação de mulheres, pessoas da classe trabalhadora, minorias raciais ou étnicas, castas desfavorecidas é uma questão fundamental de democracia. Está morosidade em dar acesso às pessoas negras ou quaisquer outra camada social na inclusão política, tende a ser prejudicial não apenas para os excluídos, mas preferencialmente para o Brasil. A invisibilidade e discursos falidos de democracia racial e meritocracia acabam por ao invés de inserir, restringir ainda mais, com as elites políticas dominando o cenário e mantendo a mesmice dos fatos atuais.
Paulo Marcos da Silva Pereira; coordenador Igualdade23 Itajaí.