Complexo Madre Teresa
Ampliação do Marieta inacabada
Prazo de 90 dias venceu novamente sem ser cumprido; finalização depende da liberação de mais recursos do Estado
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
No último dia 1º de março, o secretário Estadual da Saúde, André Motta Ribeiro, esteve em reunião em Itajaí e se comprometeu com a entrega das obras do complexo Madre Teresa, junto ao hospital Marieta Konder Bornhausen, em 90 dias. O prazo se esgotou sem que a unidade esteja concluída, e a continuidade das obras agora esbarra na falta de um aditivo de recursos do governo estadual.
A situação do complexo e dos leitos de UTI no hospital foi debatida na sexta-feira passada pelo presidente da Amfri, Emerson Stein, em reunião com a administração do Marieta. A ideia é resolver o que está travando a abertura da nova unidade. Segundo Emerson, a maior preocupação do hospital são os equipamentos que ainda faltam, dependendo do repasse de mais recursos.
A necessidade será tratada pelos prefeitos da região na assembleia geral da Amfri nessa semana. Emerson disse que a associação vai pedir rapidez no processo e prioridade na análise do Estado para que o recurso seja liberado visando a finalização da obra. “Toda a região precisa desse complexo hospitalar em total funcionamento e é isso que vamos buscar”, ressaltou.
O complexo Madre Teresa teria capacidade pra receber 40 novos leitos de UTI e outros 40 leitos de enfermaria. Enquanto a unidade não é aberta, em abril o hospital Marieta ativou 10 novos leitos de UTI para covid-19, contando agora com 80 leitos. No sábado, o hospital terminou o dia com oito leitos vagos.
Apesar de a ocupação de leitos intensivos pra covid-19 seguir alta na região (95%) e no estado (97%), a ampliação das UTIs não é vista como solução no momento. Conforme a direção do hospital e a comitiva da Amfri, o foco deve ser na diminuição dos casos ativos de covid-19 e, consequentemente, na baixa na ocupação de leitos de UTI. Nesse entendimento, a prioridade seria a vacinação.
Em nota, a secretaria Estadual de Saúde afirma que a finalização da obra segue como prioridade, mas não respondeu sobre o prazo de entrega. De acordo com o órgão, o processo de aditivo pra conclusão do complexo já foi autorizado pelo secretário André Motta Ribeiro. “Após análise técnica e jurídica será realizado novo convênio no montante de R$ 1,6 milhão”, informou. A secretaria não deu prazo pra liberação do recurso.
Medo de nova onda
O agravamento da pandemia no estado foi mostrado na atualização do mapa de risco da covid-19, no sábado, com todas as regiões em nível gravíssimo. A região da Amfri manteve a mesma condição de alerta máximo e nas regiões do Meio Vale do Itajaí, Joinville e Florianópolis a situação piorou.
Uma das maiores preocupações continua sendo o critério da capacidade de atenção, que avalia a taxa de ocupação de UTIs no estado. Todas as regiões de saúde foram avaliadas com risco máximo (nota 4). O número de pacientes que esperam transferência pra UTI voltou a crescer, somando 64 pessoas até sábado.
“Além disso, houve aumento considerável no índice de transmissibilidade em todo o estado, possivelmente fruto do feriado prolongado”, afirma Bianca Vieira, diretora de Tecnologia da Informação e Governança Eletrônica da secretaria Estadual de Saúde.
Ela ainda alertou que está se formando uma nova alta no número de casos. “É possível que estejamos entrando em nova onda, reforçada pela queda das temperaturas que afeta a imunidade geral da população”, destacou.