No Brasil assumiu-se uma visão idealizada de que a construção civil é a responsável pelas mazelas das cidades, o que não procede. Os problemas são causados, especialmente, pelo crescimento populacional explosivo e desordenado e pela falta da infraestrutura correspondente.

No espaço de uma geração, pelos últimos três censos [1980 a 2010], a população de Itajaí saltou de 86 mil para 183 mil habitantes. Foram mais de 100 mil moradores quase que só na área urbana. No mesmo período a população de Balneário Camboriú saltou de 22 mil para 108 mil habitantes e de Camboriú, de 14 mil para 62 mil. Já Navegantes passou de 13 mil para 60 mil habitantes.

Desenvolvimento urbano pode imprimir qualidade às cidades e crescimento não significa, necessariamente, desqualificação. “Agora, se com ele vier a estagnação, teremos uma problematização crescente, tanto em nosso município quanto em sua região envoltória”, diz Dalmo Vieira Filho.

“Logo seremos uma cidade de 300 mil habitantes, integrada a um cinturão com uma população ainda maior. Negar as mudanças necessárias ao enfrentamento dessa realidade próxima seria fugir da responsabilidade de planejar a cidade para seus desafios reais e não para utopias simplistas”, acrescenta o arquiteto e urbanista.