Espaço InovAmfri
Por Paulo Bornhausen - pbbornhausen@gmail.com
Tecnologia Bim na infraestrutura 5.0
Um dos principais setores da economia em todo o mundo é a construção civil. Além de ser um grande empregador e forte consumidor de matérias-primas, como o minério de ferro e seus derivados, o segmento também responde por saltos de inovações ao longo da história. A Infraestrutura 5.0 e as tecnologias da informação prometem reforçar o papel inovador da construção civil e fortalecer a sua contribuição para o desenvolvimento econômico.
Das rodovias aos edifícios, as tecnologias vão ajudar muito os profissionais da área. Já observamos isso com os computadores e os softwares técnicos. Agora, dados e monitoramento inteligente ajudarão desde a fase de construção até na operação das construções. Uma rodovia, por exemplo, terá redução nos custos de construção e manutenção, e melhora na segurança e no fluxo de veículos e caminhões. Dessas novas tecnologias, surgirão novas oportunidades de empregos da economia do futuro: especialistas em modelagem, inteligência artificial, robótica, gestão de dados e outras tecnologias da informação são alguns dos setores onde haverá demanda.
No centro dessa recente transformação digital está a tecnologia BIM. Traduzida do inglês, a sigla significa Modelagem de Informação da Construção. Todo o setor de arquitetura, engenharia e construção (AEC) sentirá os benefícios da tecnologia. BIM é o processo integrado e coordenado de todos os aspectos de criação e gerenciamento de informações de um projeto. Envolve as etapas de planejamento, desenvolvimento do projeto em si, obras e operação. O BIM se utiliza de uma modelagem 3D dinâmica na nuvem, onde as informações destas etapas estão disponíveis para o acesso da equipe. Um dos benefícios é a colaboração de toda a equipe – dos projetistas aos construtores. Isso é fator essencial para a redução de erros, otimização de prazos e aumento da produtividade, precisão, e segurança associados ao BIM. Com uma visão global em mãos, a equipe pode explorar e desenvolver técnicas que contribuem para a sustentabilidade ambiental, além da eficiência e economia durante a construção e em boa parte da vida útil do projeto.
O BIM está sendo amplamente usado, de pequenos projetos a grandes obras de infraestrutura, como iniciativas de planejamento urbano de alta complexidade de classe mundial. Em Santa Catarina, as primeiras obras públicas com esta tecnologia foram os Centros de Inovação. A IDP Engenharia, com sede em Barcelona, realizou o projeto com a coordenação da equipe que liderei na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável. Mas o BIM no Brasil, especialmente no setor público, ainda não está tão difundido quanto deveria.
Em um esforço para popularizar a tecnologia no setor de AEC brasileiro e melhorar o ambiente de negócios da construção civil pública e privada, o Ministério da Economia lançou o programa “Construa Brasil”. A Rede Catarinense de Inovação (Recepeti), que também acompanhou de perto o desenvolvimento dos Centros de Inovação de Santa Catarina, é uma das parceiras na execução do “Construa Brasil”. A adoção do BIM impulsionará a inovação no segmento de AEC nos próximos anos. Aí está uma nova oportunidade para o ecossistema de inovação catarinense. Já contamos com empresas de ponta explorando a tecnologia do BIM. Estamos no caminho certo de fazer da construção civil um setor estratégico da nova economia catarinense.