Coluna Existir e Resistir
Por Coluna Existir e Resistir -
Novembro, mês da consciência negra
A cegueira que mata!
O estigma da invisibilidade dos afrodescendentes brasileiros é atribuído a acontecimentos histórico, onde negros das senzalas escondiam a negritude para sobreviver diante do sistema colonial cruel. Atualmente as relações estão invertidas, para a comunidade negra ser visível e contestar direitos é importante que o coletivo promova visibilidade da população com mais impacto perante os gestores. Temos exemplo da luta dos quilombolas e remanescentes pós abolição que optaram pela fuga e agora optam pelo fim da negação de existência dos quilombolas.
Invisibilidade também é encontrada no âmbito da educação com discentes e docentes pretos e pardos esquecidos por autoridades públicas, deixando de proporcionar o avanço de estudos científicos que possam dar maior destaque ao cotidiano negro. É possível também observar a democracia racial enraizada na sociedade brasileira, que traz a nulidade de ações e falta de efetividade nas políticas públicas, pois vivenciamos um estado de negação da existência dos negros levando todos a patamar de desumanização, essência primordial do racismo!
A saúde no Brasil mesmo na ótica da constituição Federal, nos princípios da equidade integralidade e universalidade, deixa de contemplar parcela significativa de brasileiros, referendado que a invisibilidade dos negros é fator que impulsiona as principais formas de desigualdades na saúde acarretando acessos à saúde desigual e perversos, com elevado potencial de óbito!
Religiões de matrizes africanas são marginalizadas e invisibilizadas também; o mecanismo que impulsiona isto, esta firmada em um alicerce sólido com base política presente ao longo da história, aliados a estigmas de identidade negativa auxiliados por ações públicas que inviabilizam a prática religiosa e culturais ligadas à população negra, resultando na intolerância religiosa contemporânea. Com o intuito de melhorar a visibilidade negra na sociedade a setorial de cultura afro-brasileira dissemina a cultura afro. Negros da classe artística nacional se sentiram invisíveis diante dos gestores, com presença e atuação destes artistas reverberou a insatisfação perante governos federais, estaduais e municipais com o coletivo cultural negro. Manifestações artísticas já consagradas como capoeira e samba são bem assimiladas pela grande maioria, o restantes das expressões artísticas ficam a merce da invisibilidade ainda! O Plano Setorial para a Cultura Afro-brasileira é a proposta preferencial para enfrentar questões de invisibilidade e ausência de políticas publicas que acabem com as condições adversas encontradas pelos negros em nosso pais.
Somente com União do coletivo negro em novo olhar e identidade étnicorracial é que cogitaremos alcançar o incorporeamente das histórias vivenciadas no ângulo das desigualdades e segregações em modelos impactantes, rompendo a invisibilidade imposta e assumindo o protagonismo de ações para oportunizar a melhor qualidade de vida dos negros brasileiros!
Enfº Paulo Marcos da Silva Pereira