Em nosso último encontro para um bate-papo sobre literatura e história, na Fundação Municipal de Cultura, em Camboriú, lá estavam vários mestres das letras da região e autoridades do município, inclusive o prefeito dr. Élcio Kuhnen. O encontro, organizado pela Judite, presidente da Fundação, foi bastante produtivo, pois tive a oportunidade de difundir meu livro ‘2020 ITAJAÍ 200 ANOS’ que sugere comemorar a data histórica de Itajaí pela fundação em 1820. Lá avistei-me com o escritor José Ângelo Rebelo, profundo conhecedor da história de Camboriú, que me passou em troca o livro ‘Sem História Não Dá’ – uma obra rica em detalhes que relata a história do lugar com altos e baixos que chega a pontos de emoção. ”Havíamos, ali, perdido uma das porções mais belas do município. Perdemos, ainda, nossa principal fonte de alimentos, pois havíamos, também, perdido o mar”. Expressão usada quando da emancipação de Balneário Camboriú, deixando a velha sede completamente isolada.

O município de Camboriú, que havia nascido lá na Barra e depois mudado para o Garcia, com o surgimento da BR 101 ficou mais isolado ainda. Mas como o progresso não pediu para entrar, Balneário Camboríu cresceu de tal forma que acabou transformando tudo numa cidade só, embora com limites apenas jurídicos. Diante desse quadro, o livro de José Ângelo Rebelo se torna cada vez mais útil para o conhecimento histórico da região. Minucioso e cheio de detalhes, com o nome de todos que viveram desde os primeiros aos últimos tempos, é mais do que um livro – é um verdadeiro documento que registra os fatos e a vida de uma povoação com sonhos e ideais.

Tenho a impressão que o fato da mudança da primeira sede de Camboriú, da Barra, para a localidade de Garcia é porque ali passava o caminho que ligava o norte ao sul do Estado, via Morro do Encano. É muito bom esses encontros para comentar e discutir sobre a nossa história que ainda tem muita carência de registros. Por isso o livro de José Ângelo Rebelo tem este título: Sem História Não Dá. E assim se fez em Camboriú.