Memórias & Fatos
Por Memórias & Fatos -
Da Costa para o alto-mar
A história do pescador que desde menino sonhava ter um barco motorizado. Pescando de canoa a remo e vela ele admirava as embarcações com propulsão a hélice que cruzavam o oceano. Até os pequenos ‘gasolinas’ que vinham de Santos comprar a produção dos pescadores de Armação tinham motores. E foi através desses pequenos barcos que Nicácio da Costa viu a possibilidade de começar sua carreira como armador de pesca. Primeiro embarcaria como tripulante, se tornaria mestre, até um dia poder ter a sua embarcação. Cheio de planos chega em Santos e logo conseguiu embarque. Achando que ganhava pouco na pesca, mudou para a pequena cabotagem trabalhando um tempo no cargueiro chamado ‘Pátria’, que fazia a linha desde os portos de Itajaí, São Francisco, Paranaguá, Santos e Rio de Janeiro. Em 1947, Nicácio visita seu irmão Olíbio da Costa, então embarcado em navio do Lloyd Brasileiro. Olíbio, que morava no Rio de Janeiro, formado na Escola de Pesca Darci Vargas, na Marambaia, o presenteou com um livro especializado na formação de Patrão de Pesca. Acatando a sugestão do irmão, passou a estudar e, prestando exame na Capitania dos Portos, em Santos, voltou para o setor pesqueiro, desta vez como mestre. Estava em desenvolvimento a pesca do camarão rosa. Seu tino se manifesta de forma exuberante. Passou a comandar o ‘Falcon’, um barco camaroneiro de pequeno porte, porém bem equipado para produzir. Eram muitas as propostas para comandar outros barcos, mas ele jogou a cartada: só aceitaria a proposta na condição de sócio. Negócio fechado. Passou a comandar o braço ‘Estrela D’alva’, como mestre e dono. A partir daí não haveria mais limite para o sucesso na carreira.