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Histórias que eu conto

Por Homero Malburg -

Homero Bruno Malburg é arquiteto e urbanista

Colégio Catarinense I


No início de 1961, curso ginasial concluído no Ginásio Salesiano, muitos de nós tivemos que sair de Itajaí para estudar fora. Aqui havia o curso técnico de Contabilidade e o Curso Normal para as moças. Não existiam na época os cursos científico e clássico, essenciais para quem almejava enfrentar daí para frente um exame vestibular para qualquer faculdade.

 

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A família de melhores condições financeiras procurava um colégio, normalmente internato, para que o filho então com 14 ou 15 anos, pudesse continuar os estudos.

Embora o Colégio Santo Antônio em Blumenau fosse uma opção mais próxima, fui para o Colégio Catarinense, em Florianópolis. Fundado em 1906, meu avô, Bruno Arthur, lá tinha estudado assim como meus tios-avós e depois meu pai, Laércio, nos anos trinta. Por força da tradição, acabei no Internato do Colégio Catarinense.

A viagem para Florianópolis era uma aventura. Por estrada de terra, via Camboriú, morro do Encano, Itapema, parada em Tijucas, daí Biguaçu e finalmente Florianópolis. Quando ouvíamos aquele “tiaque-tiaque” dos pneus do ônibus passando pelas tábuas do piso da velha ponte Hercílio Luz, era sinal de que estávamos chegando. Viagem de três horas com bom tempo e de mais de quatro com chuva e lama.

À chegada ao Colégio, surpresas e novidades. Os padres jesuítas, para quem vinha de colégio de padres salesianos, eram mais “durões”. Espiritualidade sim, mas de um jeito disciplinador, quase militar. Ambiente espartano, pouca importância ao conforto inclusive no número de instalações sanitárias...

Levados ao dormitório para deixar nossa bagagem, nos deparávamos com enorme salão de assoalho tratado à óleo queimado, duas séries de janelas sem cortinas e cinquenta camas dispostas em quatro filas. Entre uma cama e outra, uma cômoda. A cama de molas, com colchão de palha que em pouco tempo adquiria a forma do corpo. A cômoda de tampo branco, com uma gaveta e duas portinhas abaixo, que escondiam duas prateleiras. A roupa que precisasse de cabide teria que ser levada a um quarto anexo, a rouparia, para ser pendurada. Todo interno tinha um número que identificava toda a sua propriedade, por sinal não muito respeitada como descobriríamos mais tarde. O meu, 34, estava em todo o meu enxoval cujos itens eram fornecidos pelo Colégio: cuecas, lenços, meias, camisetas, calções, pijamas, casacos, ternos, calças, paletós, tênis, toalhas, lençóis, fronhas, edredom, cobertor e material de higiene.

Na extremidade oposta deste salão, o quarto do padre que nos fiscalizava – o “padre-prefeito de divisão” cujas paredes não iam até o teto para tudo ouvir...

A área dos sanitários anexa eram filas de lavatórios, um único espelho na parede e vários chuveiros, todos frios. Um vaso sanitário apenas, sem assento e sem tampa e um tanque usado para lavar os pés e o material esportivo.

A luz nunca apagava de todo. Era mantida em um lusco-fusco que permitia a fiscalização do padre e eventuais idas ao banheiro.

28 de fevereiro de 1961... No início tudo era novidade...


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