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Histórias que eu conto

Por Homero Malburg -

Homero Bruno Malburg é arquiteto e urbanista

Aviação I


Aeroporto de Itajaí foi inaugurado em 1954 (foto: itajaipedia.com.br)

Sempre fui um apaixonado por avião. Mesmo hoje, muito depois dos setenta, quando viajo interesso-me pelo tipo, modelo, capacidade, velocidade do avião e devo ser uma das únicas pessoas que lê, com atenção, aquele cartão que está na “bolsa da frente”.

 

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Se em viagem entro em uma livraria, pode contar que saio de lá com um livro sobre aviação. No sebo da rua Emiliano Perneta, em Curitiba, acho livro sobre aviação. Curto histórias que poucos sabem, como, por exemplo, o “Constellation”, dos anos 50, que foi o avião de linhas mais bonitas jamais desenhado e foi também o limite do desenvolvimento do motor à pistão. Depois dele, só os jatos. Em um anúncio da época, estava escrito: “O único voo Brasil-Japão sem troca de avião, pelo Constellation da Real Aerovias”. Hoje achamos graça: dias de viagem só que com o mesmo avião – escalas, muitas: até um pernoite de 9 horas em Los Angeles, antes de cruzar o Pacífico. Afinal, ele voava a 500 km/h e levava uns 60 passageiros!

Voltando à terra e a Itajaí, minha mãe me conta sobre um “campo de aviação” que ficava em frente à rua Uruguai, começando mais ou menos onde hoje é o prédio da SDR. Ela e as primas chegavam perto e jogavam-se no chão, sobre a grama, sempre que um avião decolava. Esses eram biplanos e monoplanos de lona.

Lembro-me de muito pequeno, com uns seis anos talvez, acompanhar a família para levar e buscar minha avó que viajava para o Rio a bordo do Taba. Esta empresa, Transportes Aéreos Bandeirantes, tinha dois aparelhos hidroavião Catalina, sobra de guerra, que amerissava na curva no rio Itajaí-Açu e do trapiche da “Costeira” saíam as lanchas para embarcar e desembarcar carga, bagagem e passageiros. Esses, sentavam-se em dois bancos corridos nos lados do avião e dividiam o espaço com a carga, contida por uma rede grossa. Voava baixo, a uns 185 km/h e fazia escalas em São Francisco, Paranaguá, Iguape, Santos e por aí afora. Se o tempo piorava, inevitáveis eram os pernoites nas escalas.

Em 1954, o então prefeito Paulo Bauer inaugurou o aeroporto de Itajaí onde hoje fica a Celesc, com a presença do presidente Café Filho que veio de Blumenau em litorina. Duas pistas em cruz, onde atualmente se situam as duas avenidas do Distrito Industrial. Pistas sem pavimentação que significavam barro no tempo de chuva ou poeira intensa, espalhados pela ventania das hélices. Lá desciam os Douglas DC-3 para 21 passageiros e velocidade de cruzeiro de 295 km/h e maiores, os Curtiss-Commando, para 36 lugares e voando a pouco mais de 300 km/h. Tais aviões, fora os teco-tecos, foram os reis do pedaço até o final dos anos 60, quando chegou o Samurai, maior e turbo-hélice. Um destes caiu no final da pista. A carcaça, comprada pelo Cídio Sandri, virou pizzaria da Fazenda e depois à margem da estrada para Florianópolis.

Em uma tarde, brincávamos eu e os primos em nosso imenso quintal que, além dos terrenos de nossas casas, abrangia a madeireira que ficava atrás, ou seja, toda a quadra da rua Guarani até o então projeto da Samuel Heusi. Os aviões, quando saíam do Aeroporto pela pista principal e rumavam para o sul, voavam muito baixo por cima da cidade. Ao passar um DC-3, gritamos: um embrulho escuro caíra do avião. Após muito procurar, encontramo-lo. Um urubu, que na época eram muitos, fora literalmente atropelado pelo avião...


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