ITAJAÍ
Morre Rosita Meyer, torcedora-símbolo do Marcílio Dias
Ela faleceu na madrugada de domingo e foi sepultada em Guaramirim
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Torcedora-símbolo do Clube Náutico Marcílio Dias, a professora aposentada Rosita Meyer faleceu na madrugada de domingo, aos 77 anos. Ela morava no asilo Dom Bosco, em Itajaí, e deixa marido, irmã, sobrinhos e outros familiares, além de uma legião de admiradores.
Rosita foi sepultada ainda no domingo, no cemitério Municipal de Guaramirim. “A maior marcilista que já existiu nos deixou. Rosita Meyer viveu uma intensa paixão e um amor incondicional que duraram mais de 60 anos”, diz a postagem do Marcílio em homenagem à torcedora.
A relação de amor com o clube vinha desde o início dos anos 1960, quando o irmão de Rosita, Ivo Meyer, foi contratado pelo Marcílio. A paixão envolvia a família, que deixou São Francisco do Sul para acompanhar Ivo em Itajaí. O pai deles teve um bar no Gigantão das Avenidas, reforçando a ligação com o clube.
Zagueiro do Marinheiro, o irmão de Rosita jogou pelo clube entre 1960 e 1968, marcando época como um dos melhores defensores da história do clube após ser tetracampeão da Liga Itajaiense (1960, 1961, 1962 e 1963), vice-campeão sul-brasileiro (1962) e campeão catarinense (1963).
Rosita acompanhava o time em jogos dentro e fora de casa, além de incentivar os jogadores antes das partidas e nos treinos. A histórica torcedora fazia versos e textos em homenagem ao Marinheiro.
A paixão de Rosita pelo Marcílio inspirou outros torcedores, que viravam seus admiradores. “Ao longo dos anos esse amor foi ficando cada vez mais forte, e o Marcílio Dias foi se tornando uma das coisas mais importantes da professora aposentada Rosita Meyer. Durante muito tempo, era presença garantida em jogos dentro e fora do Estádio Dr. Hercílio Luz, viajando com a torcida e se fazendo presente onde fosse”, lembrou o clube.
Despedida na pandemia
Nos últimos anos, Rosita foi morar com uma irmã em Guaramirim, e não frequentava mais o Gigantão das Avenidas por conta de sua saúde. Em maio de 2021, Rosita foi ao estádio Dr. Hercílio Luz convidada pela diretoria do clube para acompanhar uma partida da Série D do Campeonato Brasileiro, ainda no período de pandemia, em seu último registro na casa rubro-anil feito pelo clube.
O clube também publicou trechos de uma entrevista de Rosita ao documentário Sangue Rubro-Anil, do jornalista Anderson Davi, de 2011. No documentário, Rosita fala de sua paixão e cita frases que foram imortalizadas pelos torcedores, como: “É uma doença, uma doença gostosa”. O vídeo encerra com um dos poemas de Rosita sobre o clube, que está estampado também na loja oficial do clube, o Convés do Marinheiro (ao lado).
“Querido Cílio,
Mar, magia, minha alma, meu deitar, meu caminhar
Minha história, meu céu, minha luz
És meu amanhecer, és meu entardecer
É meu poema
O teu correr, o teu rolar a bola
O teu vermelho e o azul, que se misturam
São as redes que te embalam no decorrer da vitória
O teu descanso antes e depois
O teu gol, a tua entrada em campo
Estraçalham meu coração de orgulho e emoção
Choro que nem criança
Como gostaria de ver tu chegar aos 100 anos
Um campeão, uma faixa para te enfeitar
Um marinheiro no céu a te olhar
A comemorar
E eu aqui embaixo, sempre a celebrar”
- Rosita Meyer