Após quase 11 horas de julgamento, o caminhoneiro Jeferson Alves Soares, 35 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri a 14 anos de prisão pela morte de Sandra Pereira, 47, e pelas lesões causadas a Anderson Pereira, 49, na noite de quinta-feira. O casal foi atropelado pelo caminhão dirigido por Jeferson no dia 6 de março de 2021. A motocicleta foi arrastada por cerca de 30 km. O bárbaro atropelamento aconteceu na BR 101, em Penha.
O Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal acolheu a denúncia do Ministério Público de homicídio doloso, tentativa de homicídio e ainda por Jeferson dirigir sob o uso de entorpecente e por ...
O Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal acolheu a denúncia do Ministério Público de homicídio doloso, tentativa de homicídio e ainda por Jeferson dirigir sob o uso de entorpecente e por não prestar socorro às vítimas. Os 14 anos de prisão serão cumpridos em regime fechado. Jeferson ainda foi condenado a dois meses de suspensão da habilitação e terá que pagar 10 dias multas.
Anderson foi a primeira testemunha ouvida no julgamento. Depois ele acompanhou o júri ao lado no fórum de Itajaí.
Sobre o dia do acidente, Anderson lembrou que implorou para que Jeferson parasse o caminhão em alta velocidade. “A única coisa que ele falou, quando eu pedi para que ele parasse o caminhão foi que: ‘se está aqui é para morrer”, relembrou.
Foco no filho
Quatorze meses após perder a esposa, Anderson pondera que a vida tem que continuar e que precisa dar força ao filho do casal. “A gente tem que recuperar as forças, recobrar o ânimo, pensar em todos os momentos bons que vivemos. Estar presente com o meu filho, que ele precisa do pai, e seguir em frente”, concluiu. O filho de Sandra e Anderson tem 22 anos.
Juan Palhano, advogado de defesa do réu, tentou inocentar o cliente da acusação de homicídio doloso . “Pedimos, na nossa sustentação, que ele seja condenado pelo artigo 306 – uso de substância psicoativa e direção. Ele tem que ser condenado nos limites da lei, pelo o que ele estava ciente e fez [...]. No momento do acidente, ele estava totalmente fora de si. Ninguém em sã consciência dirige com uma moto presa na frente do caminhão”, argumentou o advogado, que não teve sucesso na sua tese.
“Que seja feita justiça! Não só pelo acusado, mas por todos os acontecimentos no trânsito. Não dá para ficar perdendo vidas no trânsito por conta de atitudes inconsequentes.” - Anderson Pereira, marido de Sandra
Casal foi atropelado quando voltava de passeio
Jeferson fez uso de substâncias tóxicas e estava alterado na direção do caminhão. Ele teria passado o dia e a noite anterior consumindo cocaína e “rebite” - um derivado de anfetamina. Com a batida provocada pelo caminhoneiro, Sandra foi arremessada sobre o caminhão e depois caiu no asfalto. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu ao dar entrada no hospital Marieta.
O motorista não parou para prestar socorro e seguiu arrastando a moto com Anderson por cerca de 30 km. Para se salvar, Anderson teve que escalar o capô e se pendurar na porta lateral do caminhão, tentando que Jeferson parasse o veículo. Ele só parou o caminhão já em Balneário, onde foi interceptado por motoristas revoltados com a barbaridade.
O casal morava no bairro Areias, em Camboriú, e tinha ido fazer um bate e volta de moto até Campo Alegre, a cerca de 155 km do litoral. Quando retornavam para casa, ocorreu a tragédia.