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Por Coluna esquinas -

Cartas para a Morte


Morte? É uma inusitada situação que nos coloca sem palavras quando discutir esse assunto ainda é tabu. É sempre um incômodo instante que coloca em xeque os nossos modos de existência.

É em crises, flagelos ou pandemias que a morte ocupa nossos pensamentos sem pedir licença e toma nossos dias sem cerimônias diante de isolamento social, dados de mortes diárias, enfrentamentos políticos com o fascismo apregoando o extermínio e outros impropérios que estampam a morte como a outra face da vida, que sempre esteve ali. Nós é que não a víamos, ou fingíamos não ver.

Fica como dica o filme Mar Adentro (Alejandro Amenábar, 2004) que levanta o assunto com uma coragem que transpõe tabus ao mesmo tempo em que dá um xeque-mate no espectador. O roteiro premiadíssimo conta a história de Ramón, que fica quase 30 anos preso a uma cama por um acidente e pede pela eutanásia.

Sem tempo para comentar a fotografia, maquiagem ou atuação exuberante dos atores, quero me deter no tema: a vida/morte sendo pautada pela justiça ética (?) dos homens e pela justiça moral (?) da igreja. Uma enorme turbulência em nossas crenças pessoais onde nem sempre os formatos cabem.

Ao tratar de vida, trata de liberdade, felicidade, amores, preceitos religiosos, escolhas pessoais. Nesse turbilhão, o personagem – nem tão fictício, pois a história é verdadeira e aconteceu na Espanha – diz que se somos passageiros desse tempo e, por que não escolher entre vida e morte? Morrer é destino comum, portanto aceitar viver assim é aceitar as migalhas do que foi a liberdade.

O diálogo entre Ramón e um padre é elucidativo. De um lado o discurso da fé, do outro o ateu. A justiça da Igreja e a justiça dos homens afirmam verdades sobre a existência humana tendo conceitos de divindade (Deus ou juiz) como retórica.

O fato é que o filme Mar Adentro me colocou no lado de fora como espectador e no lado de dentro ao lado do personagem. Diz o personagem que viver é um direito, não uma obrigação e, assim dizendo, coloca em xeque as instituições tão respeitadas na mesma proporção que retrógradas. Que direitos possuem sobre nossas vidas?

O filme e seu personagem serviram para que o meu tempo ficasse suspenso e minha memória me levasse para as turbulências do mar, intercaladas com calmarias. Dias em que temos tempestades, noutros estamos à deriva.

Todo esse papo não me dá o direito sobre a vida do outro. Uso máscaras para proteger o outro assim como uma arma na mão não resolve desacordos com a morte do outro.

A vida segue lentamente. O sentimento por ela não tem formato. 

A vida é fluxo.


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Justo! Se moradores de várias cidades utilizam, todos têm que ajudar e decisão judicial está correta

O hospital deveria ser regionalizado e bancado pelo Governo do Estado

Não vejo necessidade. Muitos trabalhadores de Balneário Camboriú vivem nas cidades vizinhas

Nao tenho opinião sobre a decisão judicial



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