Memórias & Fatos
Por Memórias & Fatos -
O livro e seu tempo
Quando decidi escrever um livro não pensei no status que teria um escritor, mas sim registrar as ideias do momento e criar temas com enredo, pois achava que o autor tinha que realmente inventar... O que eu jamais pensara é que o livro um dia iria ganhar um concorrente que o botaria de lado... Não só eu, mas todos que de uma forma ou de outra estão ligados à imprensa em geral. Quem imaginaria que no ano de 1969 – ano em que o homem pela primeira vez pisou o solo lunar – seria criado um sistema de comunicação chamado internet. Tal sistema viria suplantar a tudo até aí existente no gênero: Telefone, telégrafo, rádio, jornal, correios... Os escritores dos séculos XIX e XX viveram a fase áurea dos livros. No Brasil destacaram-se: José de Alencar, Machado de Assis, Érico Veríssimo, Jorge Amado, Graça Aranha, Joaquim Nabuco, Olavo Bilac, Visconde de Taunay, Afonso Celso, Manuel Bandeira, Ruy Barbosa, Guimarães Rosa e dezenas de outros romancistas que marcaram a nossa literatura. A escritora Raquel de Queiroz, primeira mulher a ocupar uma Cadeira na Academia Brasileira de Letras – e sobrinha-neta do autor de Iracema, José de Alencar – contava que a expectativa era tão grande a cada novo livro que nos finais de semana Alencar reunia a família e amigos para apresentar o que havia produzido... Havia até opiniões de como deveria terminar o romance. O livro era um especial artigo para presente. A Academia Brasileira de Letras, fundada em 15 de dezembro de 1896, teve como primeiro presidente o escritor Joaquim Maria Machado de Assis. O século XXI despontou como a era do celular. Desenvolvido em finais de 1990, popularizou-se de tal modo a ter a média de um aparelho por habitante... Além dos computadores, veio o tablet que permite, entre outras operações, ler livros, jornais e qualquer outra obra literária. Com um simples toque digital tudo acontece... Aos poucos, o livro vai ficando de lado e, com o tempo, esquecido. Até quando vamos contar com novos lançamentos? Já são poucas as livrarias e até as próprias gráficas estão sendo reduzidas em número. Caminhamos para um futuro onde o livro passará a ser um objeto raro.