Reviravolta

Tribunalão decide que porto deve ser gerido pelo município durante transição da federalização

Justiça atendeu liminar do Foro Metropolitano da Foz do Rio Itajaí

Desembargadora atendeu recurso do Foro Metropolitando de Itajaí (Foto: Felipe Trojan)
Desembargadora atendeu recurso do Foro Metropolitando de Itajaí (Foto: Felipe Trojan)

A desembargadora federal Ana Cristina Ferro Blasi, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, concedeu na quinta-feira liminar em favor do Foro Metropolitano da Foz do Rio Itajaí, garantindo que o município de Itajaí continue à frente da gestão do Complexo Portuário de Itajaí até a implantação de um plano de transição pelo governo federal.

O recurso foi apresentado ao Tribunal Regional Federal após o pedido ser negado na terça-feira pelo juiz Moser Vhoss, da Vara Federal de Itajaí. A ação busca a prorrogação do Convênio de Delegação nº 08/97 por 12 meses, visando assegurar a continuidade da gestão municipal até a conclusão de uma transição planejada e participativa, além de suspender qualquer ato administrativo relacionado à federalização do porto.

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A desembargadora acatou o pedido com antecipação de tutela, entendendo que o município de Itajaí deve seguir à frente da gestão até a elaboração de um plano detalhado e organizado de transição. A decisão apontou a ausência de medidas administrativas que garantam um planejamento adequado e os riscos de interrupção nas operações portuárias.

Impactos socioeconômicos

A decisão destacou os graves riscos econômicos, sociais e administrativos que poderiam surgir de uma federalização repentina, reforçando a importância de preservar a continuidade dos serviços portuários essenciais.

A equipe jurídica do Foro Metropolitano celebrou a vitória, destacando a importância da união e da atuação técnica em defesa do desenvolvimento regional. Da decisão ainda cabe recurso tanto no tribunal como em Brasília.

Governo divulgou federalização

A decisão judicial favorável à autoridade portuária municipal de Itajaí saiu sete dias após o Convênio de Descentralização 002/2024 ter sido assinado por Anderson Pomini, diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), e Alex Sandro de Ávila, secretário nacional de Portos. O documento transfere a gestão do terminal para a APS a partir de 1º de janeiro de 2025.

A federalização foi anunciada quase 30 anos depois do processo de municipalização do terminal. O presidente Nacional do Sebrae e presidente estadual do PT de SC, Décio Lima, apontado como mentor do processo de federalização, indicou o advogado João Paulo Tavares Bastos Gama, ex-presidente da OAB de Itajaí e ex-candidato a prefeito pelo PT em Itajaí, para fazer a ligação entre Itajaí e de Santos.

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João Paulo firmou acordo oficial com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, na última terça-feira, em Brasília, mas ainda não quis falar sobre a federalização, porque ainda buscava se inteirar de todos os detalhes que a mudança de gestão envolve.

O Convênio de Descentralização, a que o DIARINHO teve acesso nesta semana, deixa claro que as áreas incorporadas durante os quase 30 anos de gestão municipal do Porto de Itajaí, como os molhes sul e norte, o estacionamento ao lado do Centreventos, parque da Atalaia, a área da Marina de Itajaí e do Nepol, da Polícia Federal, entre outras, serão incorporadas ao novo modelo de gestão federalizado. Essas áreas retornariam à União sem direito a indenizações para o município ou qualquer ente.

Já as dívidas acumuladas durante a vigência do Convênio de Delegação nº 08/97, que se encerra em dezembro de 2024, continuarão sob responsabilidade da prefeitura de Itajaí.  Entre os passivos está a dívida de R$ 35 milhões com a empresa Van Oord, responsável pela dragagem do canal de acesso.

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Pelo documento, a APS deverá manter a infraestrutura portuária em condições operacionais, incluindo dragagem, balizamento e proteção ao acesso marítimo. Além de pré-qualificar operadores privados para fomentar a concorrência, modernizar o terminal e apoiar licitações para o arrendamento de áreas portuárias. Informações sobre movimentação de cargas, passageiros e receitas deverão ser atualizadas mensalmente junto à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A equipe técnica e os funcionários de carreira do Porto de Itajaí também deverão ser mantidos.






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