Itajaí

Povão sincabreira e fecha Variante de Penha

Moradores e comerciantes levantaram barricadas na rodovia pra exigir lombadas. Em duas semanas, rolaram sete acidentes graves e uma morte

Moradores e comerciantes do entorno da SC-414, a Variante, que liga a BR-101 às entradas de Penha e Balneário Piçarras, cum­priram a promessa. Ontem, às 15h, tomaram a rodovia e fecha­ram o trânsito. Durante uma hora e meia, ninguém ia ou vinha pela estrada que nos últimos 15 dias registrou sete acidentes graves, um deles com morte. “Precisamos de lombadas, sejam elas eletrôni­cas ou físicas. O que vier tá bom”, diz o comerciante Elizeu Fiamon­cini, 30 anos, explicando o moti­vo do berreiro.

Os manifestantes montaram duas barricadas numa distância aproximada de 100 metros entre si, perto do cemitério das Piçar­ras. Sob os olhares distantes de dois patrulheiros da polícia Ro­dovia Estadual ...

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Os manifestantes montaram duas barricadas numa distância aproximada de 100 metros entre si, perto do cemitério das Piçar­ras. Sob os olhares distantes de dois patrulheiros da polícia Ro­dovia Estadual (PRE), o povão ocupou a rodovia. A organização do movimento que conseguiu li­cença oficial pra fechar a estrada estimou 400 pessoas presentes no protesto. Número que é o dobro daquele calculado pelos cabos Vieira e Rubens, da PRE.

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Algumas pessoas seguravam cartazes. Outras se juntavam em grupos e lembravam os aci­dentes que fizeram da Variante a estrada mais violenta das duas cidades praieras. “Eu perdi um carro aqui”, relata o eletricista Leobertino Miguel, o Beto, 55. Seu Corsinha foi atingido por um carango em alta velocidade e foi arremessado para dentro do pá­tio de uma loja de materiais de construção.

Um esquema de som também foi montado. Na frente da agro­pecuária de Elizeu, os líderes do movimento e vereadores da Pe­nha e das Piçarras se revezaram no blablablá. “Nós queremos segurança. Se com esse protesto não resolver, nós vamos ao Dein­fra [departamento Estadual de In­fraestrutura, órgão do governo do estado que cuida das rodovias]”, ameaçou no discurso o vereador Cleiby Darossi (PTB), presidente da câmara de Penha.

Elizeu e o também comercian­te Ricardo Antônio Anacleto, 23, organizadores da muvuca, foram ainda mais longe na ameaça. Além de voltar a encher o saco da direção do Deinfra, prometem re­petir o protesto na Variante. “Se dessa vez não resolver, daqui a 20 dias vamos fechar de novo”, adianta Elizeu.

Esta foi a terceira vez que a Va­riante foi fechada pro mesmo pro­testo. Há pelo menos seis anos, afirma Elizeu, a comunidade vem procurando o governo do estado pra colocação das lombas. Só re­ceberam, até hoje, promessas e tapinhas nas costas.

Acidentes na rodovia mataram cunhado e feriram gravemente filhos de moradora

Ilceia Christina da Silva, a dona Ceia, 50 anos, tinha motivos de sobra pra estar entre os manifes­tantes que ontem à tarde exigiam das otoridades a colocação de lombadas na Variante entre Penha e Balneário Piçarras. Seu filho An­dré Manoel da Silva, 25, tá desde quinta-feira da semana passada no hospital. Ele tava de motoca quando foi trombado por um ca­rango em alta velocidade, conta. Tiago, 23, o caçula de dona Ceia, tá há um ano encostado pela previ­dência Social, depois de sofrer um acidente na mesma rodovia, que lhe moeu os ossos da clavícula e afetou sua coluna. Há seis anos, ela perdeu o cunhado, seu Argino da Silva, 60, que morreu quando atravessava a rodovia de ziquinha, atingido por um possante que es­taria em velocidade acima do per­mitido.

Ela foi ao protesto junto com a vizinha e amiga Eslanda Blum, 54, que também já foi vítima da perigosa estrada. Há um ano, um motoqueiro que andava a mil por hora bateu no carro onde ela es­tava junto com o marido e com a mãe. Felizmente, o pessoal do carango nada sofreu, além de um grande susto, e o motoqueiro ma­lucão teve apenas escoriações. Mas os prejuízos foram grandes. “Até hoje o rapaz não pagou pelos estragos”, reclama.

Dona Landa bota fé no protes­to. “Creio que agora vai resolver”, disse, aproveitando pra fazer um pedido aos motoras que passam por lá: “Tenham mais prudência. O homem [motorista] tem que ajudar também”.

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Pra dona Ceia, seria preciso no mínimo três ou quatro lombadas pra conter a vontade dos motoras em transformar a rodovia numa pista de corrida. “Isso aqui é uma loucura! É demais, isso!”, lascou, referindo-se ao perigo da estrada que transformou a vida da sua fa­mília.



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