Itajaí

Areia do Balneário está muito mais poluída que o mar

Itajaí, Itapema e Porto Belo também estão com as areias contaminadas, segundo análise da Freitag Ambiental

A praia de Balneário Camboriú, que recebe mais de um milhão de turistas durante o verão, está mais pra um lixão a céu aberto. Após a fundação do Meio Ambiente (Fatma) divulgar, no final de maio, que 10 das 14 praias da city estavam podres pro banho, agora uma análise de um baita laboratório mostra que a situação da areia da praia Central é bem pior do que a da água. O estudo também engloba análises em Itajaí, Itapema e Porto Belo, e todas tiveram altos índices de merdança em seus balneários.

Nos relatórios de balneabilidade da Fatma, a praia é considerada imprópria pra banho se a água apresentar mais de 800 Escherichia coli (um tipo de bactéria que tem em cocô de gente e de bichos) ...

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Nos relatórios de balneabilidade da Fatma, a praia é considerada imprópria pra banho se a água apresentar mais de 800 Escherichia coli (um tipo de bactéria que tem em cocô de gente e de bichos) por 100 mililitros em cinco análises seguidas, ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 E. coli por 100ml. Levando em conta a mesma análise de cocô pra 100 gramas de areia, já que não há hoje uma legislação específica pra se analisar a areia, a quantidade de merdança fora da água é assustadora.

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O pesquisador Jackson Gilberto Trindade Fávero, da empresa Tecnobio, mostrou ao DIARINHO uma análise do laboratório Freitag Ambiental, que coletou amostras nas praias de Balneário, Itajaí, Itapema e Porto Belo. O cara, que contratou a pesquisa, afirma que o resultado é preocupante. “Essa análise que a Fatma faz hoje tem falhas, pois ignora que as pessoas podem pegar doenças na areia. Há níveis de coliformes na areia que seriam suficientes pra proibir a balneabilidade na água”, denuncia.

Numa análise feita na praia Central de Balneário Camboriú, na altura da praça Almirante Tamandaré, a quantidade de merda encontrada na areia, em junho deste ano, mostrou entre 40 mil e quatro milhões de E. coli por 100 gramas de areia. Isto quer dizer que a praia estava de 50 a cinco mil vezes mais contaminada do que prevê o padrão de balneabilidade pra água do marzão. “A proporção é assustadora”, diz o pesquisador.

No mesmo período, a Freitag, que presta serviços pra empresas como Bunge, Weg, Pepsico e Brasil Foods, coletou amostras nas praias de Cabeçudas, em Itajaí; em Meia Praia, Itapema; e no Perequê, em Porto Belo. Nas três citys os índices também foram parecidos com os encontrados nas areias da Maravilha.

Jackson lembra que o esgoto despejado nas praias ajuda bastante nesta poluição, mas o frequentador do balneário é quem mais estraga com tudo. “O resíduo orgânico deixado pelo banhista é a base pra proliferação de micro-organismos. O cara come um alimento, joga os restos na areia e isto é muito perigoso. Temos que educar as pessoas”, conta o pesquisador, lembrando que os animais são outros que levam muita caca pra areia.

Sabem do perigo

O gerente de Pesquisa e Análise da Qualidade Ambiental da Fatma, Haroldo Tavares, admite que as pessoas podem se contaminar com a areia. “Sabemos que pode causar doenças. Não fazemos análise da areia porque não há uma legislação específica para isso. Mas é bom que haja essa discussão, pra que se crie uma lei que obrigue a fazer isso”, destaca.

A dermatologista peixeira Ana Paula Scremin explica que na areia a contaminação por causa do nível de coliformes pode ser ainda maior. “Às vezes, na areia é até mais fácil contrair doenças infecciosas porque na água o coliforme se dilui, o que não ocorre na areia”, conta a dotora, que ainda deu alguns conselhos pro povão. “Sempre falo pros meus pacientes não sentarem diretamente na areia. Então é bom sempre levar uma toalha. Após tomar banho de mar, deve-se sempre tomar uma ducha e se enxugar o quanto antes”, orienta a sabichona.

Tratamento da areia seria baratinho

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Na pesquisa, Jackson aponta uma solução pra essa bronca: um remediador químico que custaria cerca de 18 centavos a cada metro quadrado de areia. Segundo dados da pesquisa, o bagulho reduziria o nível da merdança em 50% em apenas um dia. “O produto que reduz sensivelmente a contaminação é bem barato. Somos o segundo pior estado do país em saneamento básico. Os municípios gastam milhões pra trazer o turista, mas não se preocupam com a qualidade da praia. No final, as pessoas acabam vindo pra cá pra tomar banho em cocô”, critica Jackson.

Cocozão em Cabeçudas

Há mais de 20 anos, seu Milton dá um pulo toda semana em Cabeçudas pra praticar seu hobby, que é pescar. Neste tempo, ele já viu e sentiu muita coisa, como o cheiro de um baita cocozão de cachorro na areia, ontem. Seu Milton vive emperebado por conta das micoses que pega na areia. “Eu pesco muito, então sempre tô com algum bicho geográfico nos dedos dos pés e das mãos. Teve uma vez que eu fiquei dois anos até sarar”, revela.

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