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Animal não político


Sentei, e olhei para a tela do computador, rodeado com uma pergunta na minha cabeça: a política traça um novo caminho? Não sabia o que escrever. Poderia logo jogar a minha opinião no texto, entretanto, o termo de Aristóteles que todos somos um “animal político” me ajudou a refletir melhor. Pois, para o filósofo, é ser um ser vivo social, ou seja, alguém que vive em sociedade. Sociedade essa que é composta por várias cidades, cidades que se fazem diante de várias famílias, famílias que surgem da união de homens e mulheres, segundo Aristóteles. Que hoje seria a união entre seres humanos. Portanto, a finalidade da família é simplesmente o viver; a aldeia, o viver bem ou o bem-estar; por fim, a cidade é a perfeição de toda comunidade e também a natureza. Logo o homem (ser humano) é por natureza um “animal político”.

(...)

O homem (ser humano), segundo Aristóteles, pode funcionar como coisa – escravo ou mulher –, ou como homem. Compete ao homem (ser humano) falar, e falar é uma função social, é dizer a alguém o que as coisas são – exemplo: justas ou injustas e etc. Logo o ser humano precisa de uma comunidade e é nessa comunidade que o seu ser político se funda em seu eloquente. Função essa que não habita no deus, pois ele se contempla a si próprio enquanto o homem (ser humano) precisa de um próximo ou semelhante.

Doravante, o filósofo Aristóteles não se dá conta que sociedade não é Estado – a sociedade perfeita é a polis, a cidade-Estado. Sendo que o termo Estado só surge em Maquiavel. Para o filósofo, a sociedade e o Estado se identificam, ou seja, o social é político, e a polis, a explanação estatal da sociedade. Contudo, a sociedade possui uma hierarquia entre os cidadãos. A economia deve tender para a forma autárquica, e fazendo com que a cidade se baste a si mesma na medida do possível. E com isso retorno a minha pergunta. Os meios em que existimos hoje favorecem a estruturação aristotélica? Principalmente na abordagem da participação política. Até que ponto a sociedade necessita do ‘animal político’? A participação política vem decaindo e a politicagem aumentando.

Depreendo que o pensamento político vive caminhando entre o extremismo de manter o governo e de mudar o governo. A politicagem vai caminhando com o profissionalismo ao ponto de convencer e não conscientizar. Talvez não seja nenhuma novidade. Qualquer prefeito hoje pensa nas eleições do ano que vem. A cultura política brasileira pode ser degradante quando olhamos que só vamos limpar o tráfico em virtude da Copa. Tenho medo de estarmos planejando o país pra Copa e não pra depois da Copa. O caminho da política está sendo olhar pro seu próprio umbigo.


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