Navegantes está com os quatro pontos analisados poluiídos. Já Penha tem oito pontos impróprios. Balneário Camboriú e Bombinhas têm sete pontos impróprios cada uma. Itapema, mais seis pontos poluídos.

O único município que se mantém com o mar 100% limpinho é Balneário Piçarras. Itajaí apresenta apenas um ponto impróprio entre os analisados. Confira a lista completa no boxe ao lado.

Segundo o superintendente do Instituto Ambiental de Navegantes, Marcos Zaleski de Matos, o Ima faz a análise nos dois extremos dos 10 quilômetros de orla de Navegantes, onde se tem a influência das águas do rio Gravatá, no extremo-norte, e do rio Itajaí-açu, no extremo-sul.

“São três pontos analisados no extremo-norte, na Foz do rio Gravatá, tendo como norteador da qualidade da água o rio Gravatá. O rio Gravatá tem o lançamento de efluentes tanto do município de Navegantes como de Penha. A contribuição de efluentes de dois municípios para a foz do rio Gravatá interfere na qualidade da água daquele trecho”, explica.

O quarto ponto coletado é em frente à avenida João Sacavém. Ali, segundo Marcos, a coleta sofre influência do rio Itajaí-açu, o maior de Santa Catarina e que recebe efluentes de centenas de cidades do estado. “O município de Navegantes é o mais influenciado do estado pelo rio Itajaí-açu, dependendo da condição da corrente, vento e ondulação, porque a água do rio acaba influenciando na análise da água”, justifica.

Marcos ainda afirma que a orla tem quase oito quilômetros de extensão sem o monitoramento do órgão estadual. Desde 2021 o IAN, o instituto municipal de Meio Ambiente de Navegantes, contratou o laboratório da Univali para fazer o controle de balneabilidade do município, analisando a qualidade da água em pontos deste trecho. Já foram 22 análises e todas tiveram resultado próprio para o banho de mar, informou Marcos.

Relatório tradicional

O Ima mantém o relatório de balneabilidade desde 1976 e segue as normas do Conama, com metodologia usada em todo o Brasil e na maioria dos países. “Trata-se de um critério objetivo, com pouca ou nenhuma margem para interpretações, e que leva em consideração não somente a condição pontual, mas um histórico de cinco semanas consecutivas”, reforça o diretor de Qualidade Ambiental do Ima, Fábio Castagna da Silva.

BC tem relatórios divergentes

Novamente o relatório do Ima tem resultado diferente do relatório de balneabilidade divulgado pelo município de Balneário Camboriú. Pelo relatório municipal, somente um dos 15 pontos analisados está impróprio para banho. O ponto poluído fica na Lagoa de Taquaras. Pelo relatório do Ima, contudo,  o município tem sete pontos poluídos.

A diferença de resultado se daria pelas metodologias usadas nas análises feitas pelo Ima e pelo LABB Análises Ambientais, credenciado ao IMA, e contratado pelo Emasa para realizar as coletas semanais. As coletas municipais foram feitas nos dias 19, 21 e 24 de janeiro. A coleta do IMA ocorreu no dia 24.

A secretária de Meio Ambiente, Maria Heloísa Furtado Lenzi, explica que a divergência pode ocorrer por vários fatores. “Entre eles a metodologia, o dia e local da coleta. Isso não significa que exista erro nos laudos, mas sim que o ambiente é bastante dinâmico e que diversos fatores influenciam os resultados de material microbiológico”, opina a secretária.

Arquivo para download:
632347_tabela-balneabilidade.pdf