A alta de casos de covid-19 aumentou ainda mais a taxa de ocupação das UTIs na Amfri, que alcançou quase 90% de lotação na terça-feira, maior índice entre as regiões de Santa Catarina. No hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, a ocupação era de 86%, com apenas quatro leitos vagos de UTI Covid. Em Balneário Camboriú, o hospital da Unimed registrou 100% de ocupação, com 12 pacientes infectados na terapia intensiva.

No centro municipal de Covid, em Balneário, a lotação da UTI estava em 66%, com 10 pacientes internados e cinco leitos vagos. Em meio à alta de infecções, o município reduziu os leitos de UTI Covid de 20 para 15 a partir de terça-feira. Dos 15 ativos, 10 são autorizados e custeados pelo Ministério da Saúde. A unidade ainda tinha uma criança infectada na ala pediátrica e 14 pacientes no setor clínico.

No hospital Pequeno Anjo, a unidade não registrava crianças na UTI até a noite de terça-feira, com os seis leitos disponíveis. Havia quatro casos em isolamento clínico. O hospital Marieta tinha 26 casos na UTI e 13 em isolamento. Entre leitos públicos e privados, eram 48 pacientes com covid em terapia intensiva até terça-feira na região da Amfri.

Segundo o painel de leitos de UTI Covid do governo do estado, a média de ocupação em Santa Catarina estava em 57%, com 223 pacientes internados na rede pública. Além da alta de hospitalizações devido aos novos casos de covid, a desabilitação de leitos de UTI pelo ministério da Saúde elevou as taxas de ocupação, considerando que há menos leitos ativos.

A diretora-geral do hospital Ruth Cardoso, Syntia Sorgato,  explica que  foram desabilitados 10 leitos de UTI Covid no centro municipal de Balneário e outros 10 no hospital Marieta, que conta agora com 30 leitos no total. Em Balneário, a prefeitura mantém cinco leitos intensivos custeados com recursos municipais.

O Ministério da Saúde prevê migrar os leitos de UTI covid para UTI Geral, encerrando o contrato de custeio de leitos usados exclusivamente para o tratamento da doença. A mudança era prevista a partir de 1º de fevereiro, mas foi adiada justamente  pelo  avanço da variante ômicron no Brasil. A portaria que prorroga o custeio das UTIs Covid ainda é esperada por estados e municípios.

O hospital Marieta Konder Bornhausen explicou em nota que cabe à central de Regulação da secretaria Estadual de Saúde monitorar e verificar a necessidade de ativação de novos leitos intensivos na região da Amfri. “Atualmente o hospital Marieta disponibiliza 30 leitos exclusivos de UTI Covid ao Sistema Único de Saúde. Este quadro pode ser reavaliado pela Central de Regulação, caso a demanda seja superior à capacidade disponibilizada”, informou.

A nota ainda ressalta que o sistema é integrado, com a análise feita nos hospitais de todo o estado, permitindo o acesso dos pacientes do SUS aos leitos Covid específicos, mediante o grau de necessidade. Na semana passada, a unidade já sofria com a falta de leitos intensivos para outras doenças.

Em Balneário, o hospital da Unimed informou que não deve abrir novos leitos, ao menos a princípio, a depender do cenário da pandemia. A unidade tem leitos que podem ser convertidos em UTIs, conforme a necessidade.

A secretaria Estadual de Saúde tem projeção de alcançar 80 mil novos casos de covid até o final da semana, considerando a atual taxa de transmissão da doença, provocada pela variante ômicron.

Até terça-feira, o estado tinha quase 67 mil casos ativos da doença, com registro de 5325 novas infecções e 34 novas mortes em apenas um dia. O total de mortes em janeiro (213) já supera o de dezembro (178) interrompendo a queda que vinha desde abril do ano passado.