Índia Mani
Escultor não foi consultado e lamenta retirada de estátua
Prefeitura retirou estátua de indígena que estava há cerca de 30 anos na praça da lagoa. Ossada de 1952 também foi recolhida
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O escultor José Cristóvão Batista lamentou a polêmica decisão da prefeitura de Barra Velha em retirar a ossada histórica de 1952 e a estátua da Índia Mani (de sua autoria) da praça Lauro Carneiro de Loyola, a Praça da Lagoa, no centro de Barra Velha – decisão que vem recebendo rejeição da comunidade.
O escultor renomado, com mais de 60 obras de arte distribuídas no país, em especial na região serrana de Santa Catarina, confirmou não ter sido consultado sobre a retirada da estátua, que esculpiu ainda na gestão de Mário Celso Bittencourt (MDB), no início dos anos 90, e doou à cidade. “Eu não me sinto lesado, mas fico triste ao ver que fazem isso com o município. Poderiam estar investindo em obras de arte, e não retirando as que existem, poderiam estar patrocinando o resgate, seja da estátua, seja da ossada”, diz.
Batista sugeriu ainda que ativistas da cultura e do patrimônio denunciem a falta de critério com que a Fundação de Turismo e Cultura agiu em relação aos monumentos, que integravam as atrações mais fotografadas de Barra Velha. “A comunidade poderia pedir ao Ministério Público que entre com uma ação, pois é uma obra de arte de quase 30 anos, e um esqueleto que estava na região central há praticamente 70 anos”, disse.
O criador da obra – que esculpiu ainda o Cristo, a Iemanjá, o Pescador de Itajuba e a Sereia Janaína – acusa a supressão dos monumentos de “falta de sensibilidade com a questão cultural” .
A fundação de Turismo de alega que retirou a Índia Mani e a ossada da baleia porque o presidente da Fumtec, Pierre Costa, avaliou que o local não seria mais adequado – os pontos receberão uma réplica em miniatura da ponte pênsil e um totem de informações turísticas. O presidente afirmou que nada “será jogado fora” e que a ossada está protegida.