Dois patrimônios culturais importantes da cidade de Barra Velha simplesmente desapareceram e deixaram incompleto um dos cenários turísticos mais conhecidos da cidade. A “Ossada da Baleia” e a estátua da “Índia Mani”, antes instaladas na esquina da rua Ernesto Krause com a Avenida Armando Petrelli, em frente à lagoa municipal, foram retiradas do local pela Fundação de Turismo, Esporte e Cultura (Fumtec). E, segundo apurou o DIARINHO, sem qualquer consulta à comunidade ou ao Conselho Municipal de Patrimônio Histórico existente na cidade.
“De uma hora para outra, a estátua que estava lá desde o início dos anos 90, esculpida por José Cristóvão Batista, desapareceu”, pontuou ao DIARINHO a moradora F. C. M., nascida e criada na cidade. Já a moradora Vera Bento, na página “Barra Velha Notícias” do Facebook, reivindicou: “queremos a índia novamente na praça”.
A Índia Mani é uma representação dos índios carijós, homenagem aos primeiros habitantes do litoral, esculpida no início dos anos 90 e doada à cidade pelo escultor Batista, na época da gestão de Mário ...
“De uma hora para outra, a estátua que estava lá desde o início dos anos 90, esculpida por José Cristóvão Batista, desapareceu”, pontuou ao DIARINHO a moradora F. C. M., nascida e criada na cidade. Já a moradora Vera Bento, na página “Barra Velha Notícias” do Facebook, reivindicou: “queremos a índia novamente na praça”.
A Índia Mani é uma representação dos índios carijós, homenagem aos primeiros habitantes do litoral, esculpida no início dos anos 90 e doada à cidade pelo escultor Batista, na época da gestão de Mário Celso Bittencourt (MDB). A ossada da baleia é ainda mais antiga – estaria há mais de 60 anos sendo prestigiada por veranistas e moradores. Os dois monumentos eram chamariz de selfies e fotos turísticas dos visitantes da cidade.
Ao DIARINHO, o presidente da fundação turística, Pierre Costa, confirmou que foi a prefeitura que retirou estátua e ossada, e negou que houvesse necessidade de consultar comunidade ou conselho, “porque são patrimônio da prefeitura” e a administração “achou que não era o local mais adequado”. No local da ossada, será instalada uma réplica em miniatura da ponte pênsil da lagoa. O esqueleto, entretanto, permanecia na região central de Barra Velha há 69 anos - pelo menos desde 1952, segundo alguns registros históricos.
Pierre destacou que possui em mãos laudo técnico de 7 de abril deste ano, assinado pelo Museu Oceanográfico da Univali. “A ossada não tem mais serventia para estudo, para exposição, nem para nada, mesmo assim a gente guardou”. Questionado sobre a ossada ser um fóssil, ou seja, ter valor histórico, Pierre não respondeu.
Segundo ele, será avaliado um novo local para a estátua. “Ninguém jogou fora a estátua da índia. Vamos botar em outro local, no lugar que eu achar adequado”.
Doação pra museu
O laudo do museu da Univali, assinado pelo curador e coordenador do museu, Jules Soto, avalia que “não se trata de um esqueleto”, mas “restos parciais” de uma baleia franca (eubalaena australis), fragmentos do esqueleto original, contendo vértebra, porção do crânio, pequeno pedaço de mandíbula, e uma pequena parte do osso da cabeça.
Ao mesmo tempo em que o laudo aponta que “os ossos de baleia não têm sentido ou valor expositivo, visto o péssimo estado de conservação”, o Museu da Univali pede a doação do esqueleto parcial para que alguns ossos sejam “restaurados para uso didático”. Pierre afirma que não é intenção de Barra Velha doar a ossada para a Univali.