FUTURO DO PORTO
O que está em jogo com a desestatização do segundo maior complexo portuário do país
Proposta do governo federal prevê desestatização do Porto de Itajaí até o segundo semestre de 2022; modelo enfrenta resistência municipal
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Quando anunciou a lista de empreendimentos qualificados para o Programa de Parcerias de Investimentos, o PPI, em fevereiro deste ano, o presidente Bolsonaro começou a tirar das costas uma pressão para a desestatização das empresas públicas. O plano para concessão e privatização de portos e aeroportos é entendido como uma estratégia para segurar a atenção dos investidores e do mercado financeiro.
Entre os mais de 30 empreendimentos — estão na lista os aeroportos de Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ), a desestatização da Codeba (Companhia Docas da Bahia), que administra os portos de Salvador, Aratu e Ilhéus. Bolsonaro também mira nas operações a privatização total do Porto de Itajaí.
Localizado na foz do rio Itajaí, por onde a colonização europeia adentrou no estado, e fundou cidades; situado estrategicamente no entroncamento da BR-101 com a BR-470, o porto integra o Complexo Portuário do Itajaí-Açu que tem a segunda maior movimentação de contêineres do país, atrás apenas do Porto de Santos.
A unidade movimenta, aproximadamente, 16 bilhões de dólares por ano, o que também retornou, ao longo dos últimos 23 anos, a cifra de R$ 120 bilhões em arrecadação de impostos federais.
Há mais de 20 anos, sob a gestão municipal, o porto de Itajaí se tornou a “mola mestra” da economia da cidade, como frisa o prefeito Volnei Morastoni (MDB). É o complexo portuário que influencia, por exemplo, que a cidade esteja entre as 10 do país com melhor arrecadação per cápita, e que tenha um índice de desenvolvimento humano (IDH) acima da média.