Murta
Acidentes perto de escola preocupam pais
Há falta de sinalização e de lombadas, alegam as famílias. Ônibus escolares foram suspensos na pandemia
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Os pais que têm filhos matriculados na escola Básica Maria José Hulse Peixoto, no bairro da Murta, em Itajaí, vivem um drama diário quando as crianças frequentam os arredores: o risco de acidentes. Os pais querem mais fiscalização no trânsito, redutores de velocidade e pedem o retorno do ônibus escolar para resolver parte do problema.
O colégio atende 915 alunos do 1º ao 9º ano. A mãe de uma aluna de 13 anos conta que a filha foi atropelada no dia 10 de setembro, às 7h20, quase em frente a escola, na rua Lídia Puel Peixer. A estudante leva outras sete crianças pequenas do loteamento Dona Nina para a escola, com idades entre oito e 10 anos.
A adolescente foi atravessar a rua e acabou sendo atingida por uma bicicleta motorizada. Ela bateu a cabeça no chão. A menina, que acompanha os colegas na volta pra casa, mesmo com dores, acabou permanecendo na escola para esperar pelos coleguinhas.
Desde o acidente, a mãe da adolescente acompanha a filha e os outros alunos na entrada e na saída do colégio, mas com isso teve que abrir mão de trabalhar no período da manhã, o que implica na queda da renda da casa.
“A gente mora no Dona Nina e tem várias crianças que precisam ir para a escola na Murta. Na segunda-feira passada, quando fui levar o grupo, teve uma moça que estava sem freio no carro e ela quase bateu atrás de outro. Deu a maior confusão. É muito perigoso”, conta.
Antes da pandemia, o município tinha ônibus escolar para o leva e traz das crianças. Agora não mais. “Eu vou lutar para que voltem com os ônibus, porque é um direito das crianças. A gente precisa trabalhar pra sustentar a casa. Nosso medo é que só façam alguma coisa quando ocorrer uma morte”, justifica.
Outro pai diz que é muito difícil atravessar a rua para chegar na escola, porque os motoristas não respeitam o limite de velocidade. “Já houve atropelamentos de crianças, as faixas de pedestres são mal sinalizadas e a Codetran diz que aguarda tinta para fazer a repintura”, conta um pai. Ele comenta que os pais e mães estão se organizando para fazer um protesto e fechar a rua José Luiz Marcelino.
A secretaria de Educação explica que o loteamento Dona Nina fica a um quilômetro da escola e que, por isso, não há a necessidade de ônibus. Os veículos que fazem o transporte escolar foram realocados para alunos que moram a três quilômetros de distância das escolas que são, na visão da secretaria de Educação, os que realmente precisam de ônibus.
Um pai também fez contato com o departamento de transporte da educação e solicitou à Codetran duas faixas elevadas no cruzamento das ruas José Luiz Marcelino e Lídia Puel Peixer e José Luiz Marcelino e Antônia Gums Baumgartner. O chefe da Codetran, Robson Costa, informou que está analisando as solicitações.