O setor da construção naval em Navegantes, que havia se tornado uma das principais atividades econômicas do município [com a geração de cerca de cinco mil empregos diretos e 10 mil indiretos], viu sua demanda cair junto com o valor do petróleo na década passada. Realidade que vem mudando gradativamente com o início da recontratação por muitas empresas. Porém, a retomada surge com novo foco. Hoje são 10 estaleiros de pequeno, médio e grande porte, que se aventuraram por novos negócios.

Leonardo Campos Freitas, assessor executivo do Sindicato da Construção Naval (Siconvin), diz que depois da crise da Petrobras, os projetos do setor foram afetados e os contratos suspensos. “Hoje a indústria tenta entrar em uma fase de recuperação. Temos uma nova realidade no mercado, estamos nos adaptando e em Navegantes não é diferente”, diz Freitas.

O executivo lembra que a construção de embarcações offshore geraram grande receita, renda e empregos. Freitas está consciente de que não se trata de uma retomada imediata do setor, mas está otimista. “Há uma série de fatores que contribuem para que possamos nos programar para a médio e longo prazo. Entre eles os leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o que tende a demandar as encomendas para o setor offshore”.

A fabricação das Fragatas da Marinha do Brasil, em Itajaí, juntamente com o setor náutico, deve impactar também em toda a região.

Atualmente ganham destaque os estaleiros Naveship, INC – Indústria Naval Catarinense -, Keppel Simarine Brasil, Soldex, Maccarini e Santa Gertrudes, que juntos, geram cerca de 1600 postos de trabalho em Navegantes. “Temos ainda os pequenos estaleiros que constroem embarcações que também operam com manutenção e reparos de embarcações pesqueiras de pequeno e médio portes”, diz o economista Jairo Romeu Ferracioli.