Riqueza do mar
Atividade pesqueira alavanca a economia
Itajaí e Navegantes, juntas, têm a maior frota pesqueira do Brasil
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A pesca é a atividade econômica mais antiga em Navegantes. De forma artesanal, ela existe desde os primórdios da ocupação humana na Foz do Rio Itajaí-Açu e foi por muitos anos a atividade de subsistência das famílias navegantinas. Eram embarcações de pequeno porte [como canoas e bateiras] geralmente administradas por famílias que detinham os meios de produção, como anzóis, redes e iscas. O tempo passou, a atividade se profissionalizou e hoje Navegantes, junto com a vizinha Itajaí, têm a maior frota pesqueira do país.
O município abriga 78 empresas pesqueiras de pequeno, médio e grande portes. “Muitas destas empresas possuem frota própria, portanto, com serviços de captura, manuseio, resfriamento e manipulação de pescados”, explica o economista e secretário da Agricultura e Pesca de Navegantes, Jairo Romeu Ferracioli. A frota pesqueira que se dedica à pesca industrial soma mais de 200 embarcações de médio e grande porte.
A indústria do pescado [incluindo captura, manipulação e beneficiamento] gera mais cerca de 3,2 mil empregos formais, segundo números da secretaria de Desenvolvimento Econômico e Receita, relativos ao primeiro semestre deste ano. “Além destes, há um volume bem maior de empregos indiretos, que englobam a fabricação de gelo, manutenção e construção dos barcos, equipamentos, entre outros setores envolvidos na atividade”, completa Ferracioli.
No segmento industrial ganham destaque a Camil [uma das maiores empresas de alimentos do Brasil e da América Latina, que produz as marcas Coqueiro e Pescador na planta de Navegantes], Costa Sul, Leardini Pescados, Forte Mares, Mar de Coral e Costa Neves.
Diversificação na captura
A atividade movimentou mais de 21 mil toneladas de pescados no município em 2019, com destaque para as descargas de sardinha, que somaram cerca de 5,5 mil toneladas. No entanto, outras espécies também ganharam protagonismo, a exemplo da corvina [3,4 mil toneladas] e atum/bonito [3,2 mil toneladas]. Espécies como tainha, robalo, anchova, dourado, namorado e meca respondem pelas 8,9 toneladas restantes.
“A pesca é um dos maiores pilares econômicos do município de Navegantes, que compõe junto com Itajaí e região, o maior polo pesqueiro industrial do Brasil. Isso inclui não só a mais moderna e numerosa frota, mas as maiores processadoras e beneficiadoras de pescado da América Latina, estaleiros, entre outros tantos serviços ligados à essa imensa cadeia produtiva”, explica o presidente do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (SINDIPI), Jorge Neves, que é sócio proprietário da empresa de beneficiamento de pescado Costa Neves, em Navegantes.