O alemão Manfred Landgraf, 59 anos, que já foi condenado pelo Tribunal do Júri de Joinville por ter matado o enteado de quatro anos, voltou a ser preso e deve ser extraditado para a Alemanha. Ele é considerado foragido pela Interpol e foi capturado em Balneário Piçarras na manhã de quinta-feira.
Manfred estava no sistema de foragidos da Interpol. Ele responde a processos por lavagem de dinheiro e estelionato ao sistema bancário da união europeia. Ele também é acusado de desviar mais de nove milhões de euros em bancos da Alemanha entre 2001 e 2002.
A ordem de prisão de Manfred foi expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir do pedido de extradição feito pelo governo da Alemanha em 2004. Manfred foi levado para a superintendência ...
Manfred estava no sistema de foragidos da Interpol. Ele responde a processos por lavagem de dinheiro e estelionato ao sistema bancário da união europeia. Ele também é acusado de desviar mais de nove milhões de euros em bancos da Alemanha entre 2001 e 2002.
A ordem de prisão de Manfred foi expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir do pedido de extradição feito pelo governo da Alemanha em 2004. Manfred foi levado para a superintendência da PF em Floripa, e ficará à disposição da justiça.
Matou o enteado
Em 2006, Manfred foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, pelo homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel. Ele matou o enteado Arley de Jesus, de quatro anos, em 8 de fevereiro de 1990, em Joinville.
Manfred é engenheiro mecânico, natural da Alemanha, e veio viver em Joinville com a mãe de Arley. O enteado foi morto após ser submetido a sessões de torturas. O último espancamento, que causou a morte da criança, ocorreu porque o menino fez xixi na calça.
Após o crime, Manfred fugiu para a Alemanha, com a mãe do menino e o outro enteado. Eles se casaram na Europa e tiveram mais dois filhos. O casal se separou em 1996. Como ele praticou golpes ao sistema bancário alemão, num rombo estimado em 2,5 milhões de euros, teve a ordem de prisão decretada pela justiça alemã.
Em 2002, ele voltou a viver no Brasil, acompanhado da nova mulher, também brasileira, e foi morar em Natal, no Rio Grande do Norte. Em 2003, ele foi preso pela polícia Federal e mandado para o presídio Regional de Joinville pra cumprir a pena pelo homicídio do enteado.
Em 2004, o governo alemão pediu a extradição do cara. Na época, ele não foi extraditado porque tinha a condenação de homicídio para cumprir no Brasil. Segundo o artigo 89 da Lei 6.815/1980 (Estatuto do Estrangeiro), a extradição acontece apenas depois do cumprimento de pena imposta no Brasil.
Manfred estava em liberdade desde junho de 2016.