Em menos de cinco minutos, o vendedor Diego Cardoso, 27 anos, viu a sua vida desmoronar. Foi no último dia nove de junho, quando ele e a esposa, Denise de Paula Camargo, 32, foram vítimas de uma dupla de atiradores, na rua Antônio André Paulo, no bairro Fazenda, em Itajaí. Denise morreu com um tiro no peito e Diego, ainda com sequelas do atentado, se recupera fisicamente e emocionalmente da tragédia.
Os tiros foram disparados por engano na direção do carro do casal, um HB 20, conta Diego. O alvo seria outro casal, que tinha um carro parecido e que tinha se mudado pra vizinhança pouco antes do crime.
Diego conversou com a reportagem do DIARINHO e revelou lembrar pouca coisa do momento da tragédia. Ele e a esposa saíam de casa para mais um dia de trabalho, perto das oito horas da manhã ...
Os tiros foram disparados por engano na direção do carro do casal, um HB 20, conta Diego. O alvo seria outro casal, que tinha um carro parecido e que tinha se mudado pra vizinhança pouco antes do crime.
Diego conversou com a reportagem do DIARINHO e revelou lembrar pouca coisa do momento da tragédia. Ele e a esposa saíam de casa para mais um dia de trabalho, perto das oito horas da manhã, quando foram atingidos pelos disparos.
Diego é vendedor na loja Casas da Água. Denise era coordenadora operacional na Embraed Logística. “Foi muito rápido. Eu não tive reação, jamais esperávamos nada parecido. A última coisa que lembro é da minha mulher falando: ‘que é isso, amor?” e caindo desacordada no meu colo. Eu já estava sangrando, jorrava muito sangue do meu braço. E eu falava: ´amor, levanta, amor... levanta ,amor...’”, recorda.
O carro foi cravejado por cerca de 10 tiros de revólver calibre 38. O primo de Diego, que mora na mesma rua, foi quem socorreu e levou as duas vítimas para o hospital Marieta. Denise foi atingida por um disparo fatal no peito. “Ela não resistiu, chegou com vida ao hospital, mas não resistiu”, explica.
Diego levou três tiros e uma das balas se alojou pertinho do pulmão. “Passei por uma cirurgia, fiquei cinco dias internado, e hoje ainda estou na casa da minha mãe me recuperando”, conta. Ele ainda não sabe quando tirará a sustentação de ferro do braço e se precisará passar por uma nova cirurgia pra retirada da bala alojada no corpo.
Diego não tem dúvida de que ele e a mulher foram baleados por engano. O alvo dos tiros seriam outras pessoas. “Um casal que tinha um veículo HB 20 também. Eles ficaram poucos dias vivendo na mesma rua que a gente e isso, infelizmente, aconteceu. Na mesma noite do crime, após a polícia conversar com eles, pegaram as coisas e foram embora da casa”, conta.
A investigação está correndo na divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí. A polícia tem imagens das câmeras de segurança que mostram os dois atiradores fugindo em uma bicicleta. O delegado Sérgio de Sousa não informa detalhes da investigação, mas disse que o caso está sendo apurado e que em breve terá novidades.
Diego se queixa da falta de informações sobre o andamento da investigação. “Eu estou aguardando respostas. Tiraram o que eu mais amava. Eu preferia ter ido junto, pelo menos estava do lado da minha mulher”, desabafa.
O casal morava há cinco anos no local e planejava celebrar a união e ter filhos em breve. No tempo de convivência, os dois mantinham a mesma rotina de ir e voltar juntos ao trabalho. “Nunca imaginei que um dia isso aconteceria, até por que sempre trabalhamos, sempre estivemos no caminho de Deus. As pessoas não podem agir assim, sair atirando em qualquer um, confundindo um carro... Minha alma dói, eu não tenho vontade de viver sem minha mulher. Ela era uma pessoa iluminada, alegre, simpática, incrível. Espero que a polícia possa esclarecer tudo; eu me sinto perdido”, conclui.