AUTORIDADE MUNICIPAL
Porto de Itajaí precisa continuar sendo dos itajaienses
Gestão municipalizada ficou marcada pela eficiência e produtividade
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Hoje mais de 70% da economia de Itajaí provêm de forma direta ou indireta das atividades logística e portuária. Somente no último mês de maio o Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes movimentou US$ 1,9 bilhão em cargas de importação e exportação, respondeu por 66,1% da corrente de comércio do estado e por 3,4% da corrente de comércio do país. Essa realidade é resultado da gestão municipalizada do Porto Organizado, que engloba o cais público, APM Terminals Itajaí, Portonave e demais terminais à montante.
Para se ter uma ideia do impacto positivo da delegação da gestão do Porto de Itajaí, de 1995 [quando foi assinado o convênio de delegação provisória ao município] até o ano passado, a operação de contêineres na cidade cresceu 1800%. E além do crescimento nos volumes operados, a municipalização garantiu o surgimento de terminais privados, a retomada da atividade após longo período de inércia [tempo em que a gestão do porto ficou delegada à Companhia Docas de São Paulo (Codesp)] e a criação de toda uma infraestrutura logística não apenas em Itajaí, mas em toda a região.
O Complexo Portuário também é hoje um dos mais modernos, especialmente após a conclusão da primeira etapa das obras da nova bacia de evoluções, o que permite a manobra e evolução de navios de última geração. Fato que amplia ainda mais a importância do complexo para o escoamento da agroindústria catarinense, especificamente de proteína animal. Ainda segundo a Fiesc, a atividade portuária transformou a região de um importante polo logístico não só para Brasil, mas para a América do Sul, se considerada sua vocação explícita para a movimentação de cargas de valor. Os bons resultados da municipalização da gestão portuária também colocam Itajaí entre as 12 cidades do Brasil em maior arrecadação de impostos federais.
Diante de tudo isso, o sindicato dos Arrumadores do Porto de Itajaí comunga da ideia de que renovar a delegação da atividade portuária por mais 25 anos é a melhor proposta atualmente. Essa opção também dará maior tranquilidade para o processo de privatização, focado nas operações, ou seja, arrendam-se as áreas operacionais e a gestão continua no município.
Portanto, dar continuidade ao modelo de exploração portuária que vigora em Itajaí Landlord Port [que é a exploração compartilhada público-privada e é o mesmo que prevalece nos maiores e mais importantes portos do planeta] é a alternativa mais segura não apenas para o desenvolvimento da atividade portuária, mas também para o desenvolvimento sustentável de toda a região da foz do rio Itajaí-Açu.