Valentim Schmoeler pisou no palco, pela primeira vez, aos 10 anos de idade numa peça escolar e, desde então, não parou mais. Aliás, perdeu a conta dos personagens para quem deu vida nos palcos [em Itajaí e no Brasil] e da quantidade de atores que formou. Valentim Schmoeler é de Tubarão, mas itajaiense por opção, e está em Itajaí há quase 50 anos, cidade onde, além de atuar, ensinou teatro, criou grupos e é hoje um respeitado diretor e produtor na cena regional. “Tenho orgulho em dizer que foi no trabalho iniciado aqui que alavanquei minha carreira. Itajaí é um celeiro cultural”.

Valentim admite ter sido um garoto tímido e retraído, como a maioria dos meninos interioranos, tendo escrito, produzido e atuado sem ter qualquer conhecimento sobre a arte teatral. Sua vivência artística não passava do que via nos picadeiros dos circos que, vez ou outra, montavam suas lonas em Imbituba, no sul de Santa Catarina.

Os primeiros trabalhos de Valentim datam dos tempos da ditadura militar: “Não tínhamos qualquer incentivo financeiro ou apoio institucional, mas tínhamos o reconhecimento e os aplausos”. Aliás, ele jamais imaginou que participaria do elenco de inúmeras peças, algumas com mais de duas mil apresentações em circuito nacional [inclusive com textos de autores icônicos como Ariano Suassuna].

O ator e músico Emerson Espindola, que participou dos cursos de Valentim, atua hoje nos grandes palcos brasileiros e acumula, em seu currículo, participações em novelas globais. No cinema, compôs o elenco do longa “O escaravelho do diabo” e, no teatro, foi o “Nando Reis” na montagem “Cássia Eller o musical”, papel que lhe deu projeção nacional. Participou também das montagens “Hair”, com indicação em categoria especial do Prêmio Shell pelo conjunto do elenco, e seu último trabalho nos palcos foi “Merlin e Arthur, um sonho de liberdade”, ao lado da atriz global Vera Holtz e do músico Paulinho Mosca.