Tempos de pandemia
Reinvenção para o show continuar...
Setor de artes migrou para formatos digitais para ter alternativas e manter a alta produção
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O setor das artes em Itajaí é tão poderoso que nem a pandemia do coronavírus conseguiu parar a produção cultural. Houve uma verdadeira revolução para manter o espetáculo. Os artistas tiveram de se reinventar e migraram para outras plataformas. “Eles precisaram criar outras alternativas de trabalho e renda e a grande alternativa foi o meio digital”, confirma Normélio Weber.
A Fundação Cultural de Itajaí, por sua vez, procurou manter a produção artística por meio de editais que possibilitaram a realização de muitos trabalhos on-line: das aulas do projeto Arte nos Bairros aos espetáculos, shows musicais e oficinas de música e teatro. O superintendente admite que a gestão municipal optou pela forma remota justamente para minimizar o impacto da pandemia no meio artístico. “Mantivemos as atividades do Conservatório de Música remotamente, alteramos editais também para cursos à distância e nos utilizamos da Lei Aldir Blanc [de 2020] para mitigar os impactos”.
Itajaí não pode promover, no ano de 2020, os tradicionais festivais de Música, Teatro e Literário, assim como o Salão Nacional de Artes Plásticas, e tampouco vai realizá-los de forma presencial neste ano. As edições 2021 do Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha e do Salão de Artes foram transferidas para o ano que vem, sendo que o Festival de Música de Itajaí acontecerá no formato híbrido. Já o Literário também deverá acontecer, porém, o formado ainda não foi definido.
De acordo com Weber, o artista vive da relação com seu público e, à distância, nem sempre funciona, pois o combustível para a arte é o retorno da plateia. O superintendente administrativo das fundações adianta que o município faz o possível para dar continuidade aos projetos culturais. E Lúcia Mendes arremata, citando Nietzsche: “Temos a arte para não morrer da verdade”.
História de Itajaí está toda registrada
Em Itajaí, a cultura e a história caminham lado a lado. Além de contar com um bem estruturado arquivo público e museus históricos, a Fundação Genésio Miranda Lins publica o Anuário de Itajaí, em que aborda as artes, as ciências e a história. Embora tenha sido publicado inicialmente no ano de 1924, o anuário ganhou periodicidade a partir de 1998. Hoje está consolidada como uma obra de caráter científico cultural.
“Enquanto veículo difusor da memória da cidade e região, o Anuário de Itajaí é sempre bem recebido no meio comunitário, científico e institucional”, assinala Rogerio Marcos Lenzi. O historiador e editor informa que as suas edições podem ser encontradas até na Biblioteca do Congresso Americano (EUA). “Sua amplitude editorial caracteriza as edições como um marco relevante a cultura, educação e conhecimento da história de Itajaí e região”.