Matérias | Entrevistão


Vinicius Lummertz

"A grande aliança é para a retomada com saúde. São Paulo fará vacinas para o Brasil e América Latina ”

Secretário de Turismo do Estado de São Paulo

Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]



O catarinense Vinicius Lummertz está há três anos no comando da secretaria de Turismo e Viagens do estado de São Paulo. À frente da pasta ele virou notícia ao receber o prêmio “Líderes de 2020” pelas políticas públicas no enfrentamento à pandemia de covid-19 no estado de São Paulo.

Com a carreira voltada ao turismo e à economia, Vinicius tem participado ativamente da vida pública. Durante sete anos, foi secretário do governo Luiz Henrique da Silveira (MDB) e também atuou junto ao Sebrae. Passou pelo ministério do Turismo e Embratur e depois foi nomeado secretário de Estado de São Paulo.

Nesta entrevista, Vinicius falou sobre retomada econômica,  vacinação e as quase 500 mil mortes da covid. Explicou como o turismo pode ser uma política pública de desenvolvimento e elogiou cidades catarinenses.  Teceu críticas ao governo Bolsonaro e frisou que os catarinenses nunca tiveram nada que ver com radicalismos à esquerda ou à direita.  Antecipou que seu nome está à disposição para um projeto ao governo do estado de Santa Catarina em 2022.



A entrevista é de Franciele Marcon e as imagens de Fabrício Pitela. O conteúdo completo, em texto, áudio e vídeo, está em www.diarinho.net, e nas redes sociais do DIARINHO.

 

DIARINHO – Como um catarinense chegou ao comando da secretaria de Turismo do estado de São Paulo? Como foi a sua trajetória até assumir a pasta?


Vinicius: Eu era ministro de Turismo. Eu passei uma mensagem pro meu amigo de longa data, o João Dória, o parabenizando pela vitória ao governo do estado de São Paulo e dizendo que eu gostaria que ele despoluísse os rios, o rio Pinheiros principalmente, e começasse uma grande mudança no centro de São Paulo. Se ele fizesse isso, o turismo iria muito bem. O rio Pinheiros vai ficar despoluído até o final do ano [2021], pelo trabalho da liderança de Dória na área ambiental. O centro de São Paulo, o Bruno Covas e o governador iniciaram os projetos. O Anhangabaú novo... O centro de São Paulo é mais complexo, mas eu acho que tá indo bem. A resposta dele foi: “Vinicius, aonde é que você vai estar em janeiro?”. Eu falei que ia voltar para Santa Catarina e cuidar da minha vida. Ele falou: “Você não quer passar um tempo aqui em São Paulo? Comigo aqui, no governo e tal”.  (...) Eu saí do ministério no dia 31 de dezembro e no dia primeiro de janeiro eu tomei posse como secretário de estado em São Paulo.

DIARINHO - Nos últimos cinco anos o senhor liderou a Embratur, o ministério do Turismo e agora a secretaria de Turismo de São Paulo. O senhor deixou o governo federal por desavenças com o presidente Bolsonaro?

Vinicius: Não da minha parte. Quem queria me convidar pra comandar o Sebrae nacional, na época, foi o Paulo Guedes, que é meu amigo de longa data. Mas isso acabou não acontecendo e o Sebrae é fora do governo. Tem relação? Tem. Mas é fora do governo federal. Eu não tive nenhuma relação mais explícita com o governo Bolsonaro. Ao contrário, meu relacionamento sempre foi muito bom com quem me sucedeu, que era o Marcelo [Álvaro Antônio]. O Marcelo e eu nos damos bem, houve um bom relacionamento, harmonia entre esses trabalhos. Eu deixei coisas lá. A transformação da Embratur, todo projeto de transformação da Embratur em agência, deixamos dinheiro, R$ 400 milhões do Sebrae transferidos pra Embratur. Que tá com um problema de gasto agora por conta da lei da pandemia. Mas vai poder começar a investir, e isso é importante.

DIARINHO – Balneário Camboriú vai abrigar um grande centro de eventos, mas no processo de concessão só apareceu um consórcio interessado. O modelo de centro de eventos é lucrativo? O negócio traz retorno à cidade?

Vinicius: Eu acho que tem mais a ver com comunicação. Tem mais a ver com conversar com o mercado. Fazer audiências públicas. Se você tivesse ido a São Paulo, ao Rio, chamado as pessoas. Ido pra um hotel, chamar todos os possíveis interessados... Porque você demonstraria uma determinação de ampliar o escopo da escolha. Principalmente em São Paulo, onde estão os maiores players, talvez no Rio também. Mas essencialmente São Paulo, tem pelo menos 10, 15 grupos capazes de assumir. Aí teria mais gente interessada. Porque o Centro de Convenções é viável. O de Balneário Camboriú é viável. O problemático é o de Florianópolis. Cometeram um erro. No governo Luiz Henrique, nós deixamos um Centro Multiuso pronto. O que o governo que sucedeu fez:  colocou uma laje no meio para fazer um centro de convenções e encheu de colunas no térreo. Eu trouxe a GL, que é a maior do Ocidente pra ver, e eles disseram: “nós não temos interesse por causa dessas colunas, porque não dá pra fazer uma feira náutica, não entra um caminhão direito”. O norte da ilha queria um centro multiuso, precisa de um centro multiuso, mas não tem. Onde você pode fazer esportes, shows e tudo mais. Centro de Convenções [Florianópolis] tem. Ainda que precise ser renovado. Mas eu acho que é a velha história. Reclamar por falta de oportunidade e quando ela vem executar mal. E aqui não é crítica, aqui executar mal é, talvez, sem a perspectiva global e sem a prioridade. Talvez porque Santa Catarina,  nos últimos dois anos, tenha vivido mais de crise política do que de precisão estratégica [...].


DIARINHO – O estado de São Paulo oferecerá disciplinas sobre o setor de Viagens e Turismo aos alunos do ensino médio e dos últimos anos do ensino fundamental na rede pública. Qual o objetivo da proposta?

Vinicius: Nós estamos nos preparando para a retomada. E esse projeto, que é muito bonito, o ensino do turismo para o primeiro e segundo grau faz parte de um conjunto de renovações. Primeiro, nós mudamos as férias de “grandes férias de julho” pra três férias ao longo do ano, inclusive por conta da mudança da CLT, com outras paradas em abril e outubro. Nós estamos reestruturando os cursos de turismo em geral, lá no estado de São Paulo, para ficar o mais próximo do mercado, conversando sempre com o mercado. E agora esse é um sonho. Esse curso pra mim é um legado. Com imagens, com práticas. Os alunos vão aprender desde pequeninhos a ser guias turísticos, em outro grau a fazer sites para internet, em outro grau a fazer o plano municipal de turismo, em outro grau gerir uma pequena empresa de turismo. E isso é muito importante. Porque grande parte dos pequenos municípios têm potencial turístico e esses jovens sem oportunidades locais iriam imigrar para outras cidades.

DIARINHO - Muitos restaurantes e casas noturnas não resistiram as restrições da pandemia e fecharam as portas em definitivo. Como as cidades vão se recuperar economicamente?

Vinicius: Quando se tem 22, 33 milhões de habitantes numa área cheia de estradas e aeroportos...  Se a pandemia tivesse se expandido por São Paulo, o Imperial College, lá de Londres, teria acertado as projeções de mortes. Nós teríamos um milhão de mortos no Brasil facilmente. Porque São Paulo tem megas rodovias, aeroportos e está conectada principalmente com o sudeste, inclusive com Santa Catarina, pela BR 101. O que foi feito lá foi segurar isso tudo e colocar essas UTIs. E a retomada só é possível com mais vacinas. O que que nós fizemos em vacinas? Nós fizemos a CoronaVac, indo contra o presidente da República, que tentou impedir de todas as formas. Nós levamos 20 municípios aqui para assinar... Você lembra disso? Com a Fecam fizemos um convênio, porque o governo federal não queria assinar. Nós íamos espalhar pros estados, e já naquele mesmo dia veio Goiás, veio Pará, todo mundo veio pra assinar encomendando vacina também. Aí o governo Federal decidiu assinar meses depois o pedido de vacinas. Isso foi uma irresponsabilidade! Isso é uma coisa muito grave e está sendo tratada nessa CPI do Congresso. Independentemente de questão política, ou de qualquer tipo de avaliação, isso é um fato concreto. Depois, nós começamos a construção da fábrica [estado de São Paulo], com doações de R$ 200 milhões. Essa fábrica vai ficar pronta este ano e vai começar a produzir CoronaVac. E agora nós estamos com a Butanvac. Nós estamos pedindo a licença da Anvisa para fabricar a vacina da H1N1, de 100 a 150 milhões de doses de vacinas por ano nessa fábrica. Com isso, nós teremos a condição de autonomia. Isso é muito importante. Essas doenças vão ficar conosco mais tempo. A grande aliança é para a  retomada com saúde. Isso é um contexto que tem que estar entendido. E que o governo federal faz de conta que não existe. Essa é a essência da retomada. Nós [estado de São Paulo] fizemos estudos. Se nós tivéssemos mais vacinas, mais do que temos, nós chegaríamos no final do ano com uma recuperação total. (...) Não tem milagre, não tem atalho. Não tem malandragem, não tem esperteza, não tem politicagem. Isso é bobagem. Nós não podemos ser reféns de um retrocesso mental que leva as pessoas dentro da própria família a ver alguém morrer e continuar achando que aquilo não tem uma causa e um efeito óbvios de serem entendidos. De levar isso pra um nível político e emocional... A questão aqui das vidas, de CPFs e CNPJs  estão entrelaçadas. Nós faremos vacinas em São Paulo para o Brasil e para a América Latina.


DIARINHO – Muito se fala no que deu errado na gestão da pandemia no Brasil. O país tem pesquisa, tem experiência em infectologia e poderia ter sido exemplo para o mundo. Só que não temos ainda vacinas em larga escala para todos os brasileiros. O que falhou no nosso país?

Vinicius: Nós temos, em média, quatro vezes mais mortes que outros países, segundo os estudos. Quatro vezes é 400% a mais. Nós estamos caminhando pra 500 mil mortes. E isso, é claro, evidente, que é falta de uma coordenação nacional. É falta de uma coordenação nacional que pudesse fazer o encaixe dos prazos. E fazer no Brasil, o que foi feito no estado de São Paulo. Você ter um painel de médicos, como foi feito nos Estados Unidos na segunda fase, que possa ir medindo, gerindo cada fase. Porque nós não precisamos fechar o Brasil. Até hoje nós não fechamos o Brasil. A hora que todo esforço é tratado pelo governo federal como “lockdown”, como questão de “direito de ir e vir”, isso é  o populismo mais barato. Muitas pessoas no futuro se envergonharão disso. Porque é como se estivessem em transe. Acreditando que tem lockdown. O Brasil nunca teve lockdown! Lockdown é completamente diferente. Eu estou voando desde o início, com máscara, de São Paulo para Florianópolis. Então não houve lockdown. Isso tudo é mentira. As pessoas vão se envergonhar. Está anotado. Porque é preciso que nós pensemos com as nossas próprias cabeças e avaliemos as coisas como adultos. Não cedamos nem à extrema esquerda e nem à extrema direita em fórmulas prontas de como o mundo deveria se encaixar nas cabecinhas pequenas de ideologias que já tem 150 anos. Nós somos outra coisa em Santa Catarina. É um estado de empreendedores, é um estado de imigrantes, é um estado de gente de trabalho, gente organizada, gente liberal na economia, gente com postura em costumes, mas sempre com tolerância. Santa Catarina sempre foi tolerante! Todas as cidades de Santa Catarina foram administradas pelo PT, e deixaram de ser administravas pelo PT, e está tudo bem. O pessoal quer trabalhar, quer produzir. E, de repente, nós entramos nessa onda nacional. Com essa lógica de milícia carioca ou lógica de sindicato radical de São Paulo. Não tem nada a ver com isso Santa Catarina. Não podemos ceder a essa homogeneização pra baixo. Nós temos que andar para cima, nós temos que lembrar de quem somos. Isso é amnésia. Essa renovação política “de amnesia”, que inclusive aconteceu em Santa Catarina. Começar do zero, do “novo”,  mas por quê? Santa Catarina não deu certo? Deu e teve bons governos. Poderia ter dado melhor? Claro. Se tivesse melhores governos. Então vamos tratar disso, mas a partir do ponto que nós estamos. Mas não de um imaginário negacionista do nosso passado, da nossa história, de quem nós somos. O negacionismo não é só em relação a vacina, a gripezinha e essas bobagens que nos reduzem a imbecis. Nós não somos imbecis. Nós nunca fomos imbecis em Santa Catarina. Santa Catarina tem uma utopia. Balneário Camboriú é um sonho, Blumenau é um sonho. Eu sou de Blumenau, nascido em Rio do Sul, e é um sonho. Floripa é um sonho. Joinville é um sonho. O estado é um sonho. O oeste, a produção agrícola. Bom é o Bolsonaro que chega em Santa Catarina, e eu respeito quem acredita nele, mas pense... Ele vem a Santa Catarina, muitos ministros vem aqui, e não tem uma obra do governo federal. Nós temos que pagar a obra da BR 470. Peraí! Vamos pensar com as nossas próprias cabeças de catarinenses.  Vamos dialogar, vamos conversar, vamos falar sério. Porque a nossa contribuição para os cofres federais é muito grande. E o retorno é de menos de 10%. Só em São Paulo é pior, São Paulo tem retorno de  4%.   A única maneira que o eleitor tem pra buscar soluções, muitas vezes, é virar o jogo. A eleição do Bolsonaro, em princípio, era um fato necessário e bom. O que não é bom é transformar isso numa cegueira. Sem cobrar daquele que se elegeu a sua agenda. Por exemplo, a agenda anticorrupção sumiu. A agenda liberal desapareceu. A agenda de construção de obras sumiu. Eleger um jovem, “novo”, o diferente em Santa Catarina, como foi o caso da eleição do governador, em si, não é errado.  A questão é que no outro dia tem que se exigir um comportamento que seja acima do que vinha antes. E não aceitar qualquer coisa. A democracia não é um processo que finda com a eleição. Começa com a eleição! E nós carecemos de um aprendizado [...] E no caso de Santa Catarina, eu não vejo o cumprimento das promessas. Eu vejo mais Santa Catarina como um palco de festas e de conversas que nos obrigam a ir pra assembleia e pagar as obras que eram para ser federais.

DIARINHO – O aeroporto de Navegantes foi concedido à iniciativa privada, mas sem a obrigatoriedade de construir uma segunda pista no terminal.  Esse tipo de privatização trará avanços?

Vinicius: O estado normalmente é mau gestor desse tipo de coisa. Não só porque é mau gestor, mas porque não tem incentivos para os funcionários, não pode renovar os funcionários. Há leis que têm que proteger o erário público e que a iniciativa privada não tem. O papel é diferente. O estado concebe, faz concepção, faz implementação, repassa a operação e depois cobra o resultado. Se você for ao aeroporto de Florianópolis, você vai ver. Tínhamos o pior aeroporto do Brasil e já temos o segundo e que na minha opinião vai ser ainda o primeiro. E você tem uma boa operadora que é a Zurich Airports. Se você souber fazer, essa coisa funciona bem.

 

       “Nós temos, em média, quatro vezes mais mortes que outros países. Quatro vezes é 400% a mais”


 

DIARINHO - Quais conselhos o senhor daria às cidades turísticas de Balneário Camboriú, Florianópolis, Penha e Itajaí?

Vinicius: Balneário Camboriú é um sucesso. Não é um sucesso de planejamento, é um sucesso de gestão. De bons prefeitos, de bons empreendedores que foram corrigindo rumos. Ela é a cidade mais caminhável do Brasil. As pessoas quando vão pro exterior adoram caminhar. Andar na rua, em qualquer horário, em segurança. No Brasil não tem isso. São Paulo não tem, o Rio não tem. Ah, a orla. Mas caminhar na rua de trás como se caminha na avenida Brasil, nas transversais, em qualquer horário. Isso é uma conquista de Balneário Camboriú. Tem muitas coisas que surgiram e são muito positivas em Balneário Camboriú e que foram correções ao longo do tempo. O meu avô é de Itajaí, mas na verdade ele é nascido em Camboriú. Lauro Silva foi um comerciante importante de Itajaí. O meu pai é nascido em Itajaí. Eu já tive loja de verão em Balneário Camboriú, veraneei muitos anos quando menino em Balneário.  Depois eu fui pra São Francisco do Sul. Por exemplo, o centro de Convenções, é uma boa correção. Desenvolver toda aquela área como convenções, para eventos, é uma correção. A correção do engordamento da praia, que na época eu negociei com o prefeito Fabrício pra pegar os empréstimos...   

DIARINHO – O senhor percorreu o estado de Santa Catarina com o professor Ignacy Sachs, o formulador do conceito de ecodesenvolvimento. Santa Catarina é um estado sustentável?

Vinicius: A essência de tudo isso é a sustentabilidade. Se nós errarmos a mão, nós perderemos.   O meio ambiente é o objeto. E o social é o benefício. Mas quem paga a conta é o econômico. Se nós pegarmos as áreas verdes de Santa Catarina, os parques catarinenses, nós não vemos visitantes. Não tem visitação. Não havendo visitação não há turismo ecológico. Não tendo visitantes não se desenvolve os negócios do turismo no seu entorno. E 65% dos empregos em parques são pras pessoas que moram na localidade. Não se tem uma âncora verde. O que seria o caso aqui em Florianópolis, que é o caso de uma cidade que tem metade do seu território coberto por parques, mas não tem o produto parques naturais. Não existe produto. Em São Paulo nós estamos fazendo concessões, tem três milhões de visitantes em parques, mas tem espaço pra 30 milhões. É preciso sistematizar esses produtos no turismo, mas não de forma predatória. Porque o que acontece em parques é invasões, favelas, deterioração. Já o turismo, que tenha ligação com o desenvolvimento da sensibilidade das novas gerações, que tenha um conteúdo educacional, um conteúdo científico... Ele pode ser um componente do avanço e não da negação.

 

Estado de São Paulo fez a CoronaVac contra o presidente da República, que tentou impedir de todas as formas”

 

DIARINHO – O seu nome foi citado para as eleições do ano que vem. O senhor vai voltar a Santa Catarina para participar do processo eleitoral ou continuará no governo do estado de São Paulo?

Vinicius: Olha, eu estou no PSDB, o PSDB tem nomes. Tem o nome de um que foi candidato na eleição passada, que é o [Gelson]  Merisio, que foi deputado estadual, presidente da Assembleia. Tem o nome do Clésio Salvaro, que é um grande prefeito em Criciúma. A Geovânia de Sá, deputada federal e presidente do partido, de um quadro que está crescendo. Eu estou também nesse quadro. O Merisio saiu na frente, ele está tendo um espaço para conversar com as pessoas. Eu estou em São Paulo, mas estou disposto sim, se for chamado, a ser o candidato a governador. Eu não teria nenhum problema de maturidade com relação a isso. Teria condições de ser um bom candidato? Minha avaliação, como se eu fosse outra pessoa me avaliando, e friamente. Sim! Teria condições de ser um bom governador?  Eu penso que sim. Vou impor isso? Não!  A população não suporta mais as pessoas querendo impor coisas por interesse [...] Tem que haver uma certa espiritualidade nisso tudo. Tem que haver uma certa visão. Não é só desejo. Eu tenho seguido minha intuição e tenho buscado fazer trabalhos que realizem, tanto na iniciativa privada quanto na área pública. E aí os convites têm vindo. Eu acho que Santa Catarina, desde o Luiz Henrique, e eu fui sete anos secretário do Luiz Henrique, que tinha uma visão para Santa Catarina... Essa visão precisa ser continuada, independentemente de partido. Uma visão de interiorização, de transformar o estado com suas próprias características, uma visão do turismo, uma visão de novos produtos. Indústria náutica, indústria de alimentos, gastronomia, área de serviços. A internacionalização que eu liderei no processo, as viagens ao exterior, trazer negócios, trazer empresas. Essa conexão com o mundo e essa liderança. Em última análise, fazer sentido da migração que veio pra cá. As pessoas que vieram pra cá de todos os lugares do mundo. Elas queriam transformar o Estado num lugar melhor até do lugar que vieram. E isso foi feito. Por isso que eu digo: cuidado com a “renovação”. Se a renovação não entender isso, não respeitar isso... O populismo desrespeita tudo, ele chuta tudo. Ele busca pelo pior de nós. A minha visão política é outra coisa. A visão é amorosa e tem espiritualidade. E eu me pauto muito pelo Luiz Henrique. Ele tinha o pragmatismo necessário pra fazer acontecer e tinha o sonho do Bolshoi, do centro de eventos, da internacionalização, daquilo que é o belo, daquilo que é o otimismo, que é o positivo. E isso é importante num governador. Que ele seja um vetor de animação e de estímulo aos próprios sonhos das pessoas. Não é o sonho pessoal do governador. A soma das visões e o enxergar mais longe, e o pragmatismo pra fazer isso acontecer. Capacidade de negociação, fazer o entendimento pelo que é maior. E não o jogo pelo jogo. (...) Nós fizemos o Plano 20-30 em São Paulo para isso. Tem que pegar cada região e estar inserida num todo. Para todos poderem remar na mesma direção. Mas os sonhos são das pessoas. Isso é a cara de Santa Catarina. E nós não temos que ceder, nem pra extrema esquerda e nem pra extrema direita. Porque isso não se negocia. Quem nós somos é a nossa maior contribuição. O meu nome serve. Se interessar, pode ser. Agora, entrar nesse jogo “eu quero, eu quero, eu quero ser”. Não contem comigo. Contem comigo para outra discussão. E nessa discussão eu estou disponível para ajudar.

 

“O negacionismo não é só em relação a vacina, a “gripezinha”. Nós não somos imbecis. Nós nunca fomos imbecis em Santa Catarina”

 

Raio X

NOME: Vinicius Lummertz

 

Natural: Rio do Sul [Santa Catarina]

 

Idade: 61 anos

 

Estado Civil: Casado

 

Filhos: três

 

Formação: Universidade Americana de Paris em Ciências Políticas. Cursos de gestão na Kennedy School da Harvard University e no IMD de Lausanne (Suíça). Autor dos livros “Brasil: Potência Mundial do Turismo”, “Complexo Brasil, o difícil é fazer” e “Sem o Turismo a conta não fecha”

 

Trajetória:  Presidiu o Conselho Nacional de Turismo. Secretário de Turismo, Esporte e Cultura de Florianópolis; secretário de Articulação Internacional e de Planejamento, Orçamento e Gestão no governo de Luiz Henrique da Silveira em Santa Catarina. Diretor técnico do Sebrae Nacional, diretor superintendente do Sebrae de SC e também presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis. Ministro do Turismo do governo de Michel Temer, presidente da Embratur de 2015 a 2018, secretário Nacional de Políticas de Turismo de 2012 a 2015. Atualmente é secretário de Turismo do Estado de São Paulo na gestão do governador João Doria [PSDB]

 

 




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