NAVEGANTES
Aeroporto não reforçou medidas contra variantes
Passageiro relata que terminal local não confere nem temperatura
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O aeroporto de Navegantes não anunciou nenhuma medida adicional de restrições no terminal visando conter a chegada de variantes da covid-19 na região, principalmente a nova variante indiana, já confirmada no Brasil e na Argentina.
O administrador Pedro Márcio Rodrigues, de 38 anos, morador de Itajaí, relata que usou o aeroporto em maio e na ocasião nem medidas básicas como medição de temperatura e uso de álcool em gel estavam sendo adotadas. Ele estava vindo de uma viagem de São Paulo.
“Usei o aeroporto de Navegantes várias vezes ano passado e este ano e não tinha nada de controle de febre, nem protocolos para evitar entrada de pessoas contaminadas, nem no embarque e nem no desembarque”, denunciou.
Pedro fez o alerta da falta de cuidados esta semana, considerando que domingo passado um morador de Santa Catarina foi barrado no controle sanitário do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O passageiro foi confirmado com febre e passou por teste de covid, sendo levado para um hotel onde ficaria em isolamento como medida preventiva até o resultado da testagem.
A assessoria do aeroporto de Navegantes afirma que adota o “protocolo padrão para todos os aeroportos da Infraero”, mas não informou quais medidas estão sendo feitas no terminal navegantino.
Conforme a assessoria da Infraero, a empresa vem aplicando os protocolos sanitários definidos pela agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de forma padronizada em todos os aeroportos controlados pela estatal. O “protocolo-padrão” prevê fiscalização do uso de máscara, disponibilização de álcool em gel, divulgação de orientações e ações contra aglomeração.
Medidas adicionais, como as barreiras sanitárias em Congonhas, dependeriam de prefeituras e governos estaduais. “A empresa está à disposição para colaborar com medidas adicionais julgadas necessárias pelos órgãos sanitários públicos dos estados e municípios, a exemplo de implementação de barreiras sanitárias nas áreas de desembarque sob gestão daqueles órgãos”, ressaltou.
Grupo de prefeitos pede barreiras sanitárias em aeroportos
Um grupo de 15 prefeitos de cidades que tem aeroportos com voos internacionais defendeu, em reunião da frente Nacional de Prefeitos (FNP) na terça-feira, a instalação de barreiras sanitárias nos terminais para impedir a entrada de novas variantes da covid no país. Em Santa Catarina, apenas Florianópolis está no grupo. A prefeitura de Navegantes ainda não respondeu se também vai defender a medida.
A ideia é que a Anac, Anvisa e o ministério da Saúde adotem ações efetivas pra controle da doença nos aeroportos e que seja criado um protocolo nacional de cuidados com os viajantes que chegam nos terminais. O pedido ainda será oficializado aos órgãos federais. O grupo ainda pede uma reunião com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pra discutir o assunto.
A mobilização é liderada pelo prefeito de Campinas e vice-presidente da FNP, Dario Saadi, e pelo prefeito de Guarulhos, Gustavo Costa. Eles destacam que as barreiras evitariam medidas mais drásticas nos aeroportos, como a suspensão de voos.
Com o controle sanitário, os passageiros seriam testados no desembarque. Pessoas com resultados positivos, negativos ou com sintomas respiratórios deverão ficar em quarentena por 14 dias, informando o local de isolamento. O pedido prevê ainda portarias que atualizem os protocolos das barreiras na origem dos voos, pra que só embarquem ao Brasil passageiros com testes negativos.
A lista das cidades com aeroportos que pediram as barreiras é: Belém (PA), Campinas (SP), Confins (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Foz do Iguaçu (PR), Guarulhos (SP), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Gonçalo do Amarante (RN) e São Paulo (SP).