A polícia Civil concluiu a investigação sobre o atentado com cinco mortes na creche municipal Aquarela, no município de Saudades, no oeste de Santa Catarina. Fabiano Kipper Mai, 18 anos, autor do crime, foi indiciado por cinco homicídios e pela tentativa de homicídio de uma sexta vítima. Ele deve aguardar o julgamento pelos crimes no presídio regional de Chapecó.
Fabiano agiu sozinho e teria confessado que planejou matar o maior número possível de pessoas durante o ataque. O inquérito, que ouviu mais de 20 testemunhas, será encaminhado ao ministério Público de Santa Catarina.
O delegado Jerônimo Maçal Ferreira e os colegas que participaram da investigação deram uma entrevista coletiva à imprensa. “Ele agiu sozinho e consciente do que fez. Fabiano planejou ...
Fabiano agiu sozinho e teria confessado que planejou matar o maior número possível de pessoas durante o ataque. O inquérito, que ouviu mais de 20 testemunhas, será encaminhado ao ministério Público de Santa Catarina.
O delegado Jerônimo Maçal Ferreira e os colegas que participaram da investigação deram uma entrevista coletiva à imprensa. “Ele agiu sozinho e consciente do que fez. Fabiano planejou o crime desde o ano passado, mas há poucos dias definiu qual seria a creche atacada”, explicou o policial.
Fabiano teria cogitado matar a própria família, mas depois resolveu direcionar o ataque às crianças e professoras. Ele também teria tentado comprar uma arma de fogo, mas como não conseguiu, acabou comprando um punhal pela internet.
A escolha da creche atacada teria acontecido de forma aleatória cerca de uma semana antes do atentado. “Ele queria matar o maior número de pessoas possível. Ele invadiu as salas de aula, mas com os gritos, as professoras se trancaram com os demais alunos e ele foi impedido de atacar mais crianças”, continuou o delegado.
Fabiano tinha problemas emocionais e estava bastante isolado do convívio social nos últimos meses. “Ele começou a ter acesso a um material sobre violência, através da internet, e estava isolado do convívio com outras pessoas. Começou a alimentar um ódio tão grande e resolveu descarregar nas vítimas desconhecidas a sua raiva”, explica o policial.
Novos crimes evitados
O delegado Geral da polícia Civil de Santa Catarina, Paulo Koerich, diz que a investigação contou com a participação de agências de inteligência de Santa Catarina, do Brasil e até de organizações internacionais. Uma das participantes foi a Homeland Security Investigations (ICE-HSI), que atua na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. O grupo descobriu que outros ataques semelhantes estavam sendo planejados por suspeitos de outras regiões do Brasil.
Com as informações conseguidas na investigação, no computador do jovem e no cruzamento de informações da internet, foram descobertos quatro suspeitos de planejar novos ataques em outros estados do Brasil.
“Foi possível identificar que outras pessoas tinham intenções semelhantes ao do jovem de Saudades. Através da troca de informações, outros estados puderam agir, possivelmente impedindo resultados semelhantes”, diz o delegado regional de Chapecó, Ricardo Casagrande, que também atuou no caso.
Atentado à creche matou bebês e professoras
Fabiano invadiu a creche Aquarela na manhã do dia 4 de maio e matou com golpes de punhal a professora Keli Adriane Aniecevski, 30 anos, e a agente de educação Mirla Renner, 20, além de três crianças: Sarah Luiza Mahle Sehn, de um ano e sete meses; Murilo Massing, de um ano e nove meses, e Anna Bela Fernandes de Barros, de um ano e oito meses.
Logo após o atentado, Fabiano também tentou se matar, mas foi imobilizado pelos vizinhos que socorreram as vítimas e o prenderam. A vítima que sobreviveu, também atingida por golpes de punhal, e o assassino ficaram internados no hospital de Chapecó, onde foram internados e receberam alta. Fabiano saiu do hospital na quarta-feira dessa semana direto pro presídio. A criança que sobreviveu ao atentado teve alta também.