A divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí concluiu a investigação sobre o médico Gustavo Deboni da Silva, que ocupou o cargo de gerente médico do hospital Marieta Konder Bornhausen e foi acusado pela morte de oito pacientes do hospital.
O delegado Sérgio Sousa, responsável pela investigação, não deu detalhes do inquérito, mas confirmou que o médico foi indiciado pelos oito homicídios e que ele também pediu a prisão preventiva de Deboni.
A investigação contou com laudos do instituto Geral de Perícia (IGP), do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM) e com a perícia de materiais apreendidos durante buscas na ...
O delegado Sérgio Sousa, responsável pela investigação, não deu detalhes do inquérito, mas confirmou que o médico foi indiciado pelos oito homicídios e que ele também pediu a prisão preventiva de Deboni.
A investigação contou com laudos do instituto Geral de Perícia (IGP), do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM) e com a perícia de materiais apreendidos durante buscas na casa do médico e no hospital Marieta.
O ministério Público confirmou que recebeu o inquérito. O caso está com o promotor Luis Eduardo Couto de Oliveira Souto, da 2º Promotoria de Itajaí. “No dia 6 de maio de 2021, a autoridade policial encaminhou ao MP o inquérito policial referente ao caso, supostamente concluído, o qual ainda está sob análise do Promotor de Justiça, por se tratar de fatos complexos, que demandam minuciosa análise de diversos prontuários médicos e das perícias juntadas até o momento”, informou em nota o MP.
O ministério Público lembrou que partiu do órgão o pedido para a investigação criminal envolvendo o médico Gustavo Deboni.
Segundo a 2ª Promotoria, o MP tomou conhecimento de supostas irregularidades cometidas pelo médico, no exercício da profissão, em meados de dezembro de 2020, quando foram solicitada diligências complementares para comprovar o uso da medicação rocurónio, bloqueador neuromuscular, com a extubação de pacientes - retirada do respirador, o que causava a morte por asfixia.
“A fim de resguardar a ordem pública e eventual risco de reiteração, foram requeridas naquela oportunidade a aplicação de medidas cautelares em desfavor do investigado, dentre elas, a proibição de exercer a medicina”, diz o MP. Deboni está impedido de exercer a profissão.
Proibido de clinicar
Em agosto do ano passado, o conselho Regional de Medicina de Santa Catarina e a Justiça já tinham decidido afastar o médico do exercício da medicina. Em dezembro, o conselho Federal de Medicina (CFM) anulou a interdição cautelar do CRM-SC e o médico pôde voltar a trabalhar. Em janeiro deste ano, por decisão judicial, Deboni novamente foi impedido de clinicar.
A advogada Louise Mattar Assad, defensora de Deboni na esfera criminal, informou que ficará provado no processo que a acusação é equivocada. “O próprio CFM reconheceu a ilegalidade e a falta de veracidade das acusações e restituiu ao médico Gustavo o direito de exercer a medicina,” diz. A defensora ainda alega que há uma “teoria conspiratória deflagrada por interesses escusos”.